Importância das Cooperativas na Área da Saúde
Enio Jorge Salu – Publicado em 18 de Julho de 2019
Cumprindo um papel na verdade desconhecido pela maioria das pessoas, é comum ouvir alguém generalizando o que acontece com todas devido a algo que ocorreu em uma delas, como se todas fossem geridas pela mesma pessoa, como se tivessem um único dono ...
As cooperativas representam 38,6 % do total de operadoras de planos de saúde de assistência médica no Brasil !
Das 398 operadoras de planos exclusivamente odontológicos, representam 29,9 % das operadoras.
Em várias regiões do país é a única opção viável para o beneficiário de plano de saúde, porque na região os serviços de saúde existentes são operados pela cooperativa.
Embarcam ~ 38 % dos beneficiários de planos de saúde de assistência médica no Brasil.
Dos mais de 24 milhões de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos, representam ~ 17 %.
Tem cooperativa de todos os tamanhos, parte com maioria da rede própria, e parte com a maioria da rede credenciada e até cooperativa que não opera um único serviço de saúde.
Parte delas atendem na sua rede própria somente beneficiários da própria cooperativa, e parte atende na sua rede própria beneficiários de outros planos de saúde.
Como se pode ver, só o que abrange o mercado das cooperativas médicas e odontológicas já é uma saúde suplementar maior que a da maioria dos países do mundo !
É evidente que em algo deste tamanho existem empresas bem e mal geridas. Algumas com dificuldade de subsistência e outras nadando de braçada na lucratividade.
Quem não conhece alguns desses números ouve dizer que uma está em dificuldade, que está perdendo beneficiários, e julga que todas estão - um erro que não tem tamanho.
Analisando o gráfico vemos que como todos os tipos de operadoras de planos de saúde as cooperativas perderem beneficiários nos últimos anos, mas a perda relativa foi menor que o total – a saúde suplementar como um todo perdeu relativamente mais beneficiários do que as cooperativas.
É importante lembrar que cooperativa existe fundamentalmente para defender os cooperados: no caso das cooperativas médicas os médicos, no caso das odontológicas os dentistas. Ou seja, nos sistemas de financiamento da saúde no Brasil (SUS, Saúde Suplementar Regulada e Saúde Suplementar não Regulada) as cooperativas são as únicas instituições que existem exclusivamente para defender os interesses do ator fundamental do segmento da saúde: o profissional (médico e dentista).
Talvez ... enfatizando: talvez ... a única crítica que se possa fazer é que elas não estejam defendendo o interesse dos cooperados da melhor forma, ou com a intensidade que deveriam, porque como são empresas que não tem um dono (os donos são os cooperados), são instituições naturalmente revestidas de um ambiente político importante, e como e qualquer ambiente político existem alguns interesses divergentes. Por exemplo:
Existem algumas delas servindo de piloto para modelos de remuneração que limitam a atuação dos médicos, reduzem seus honorários e aumentam a rentabilidade do serviço de saúde e da própria cooperativa;
Na minha experiência dou mais cursos para operadoras de planos de saúde que não são cooperativas ... dou mais aulas em instituições de ensino para pessoas que trabalham em outros tipos de operadoras de planos de saúde.
Usei os exemplos apenas para ilustrar que em determinadas situações, algumas cooperativas dão a impressão de estarem mais defendendo a própria cooperativa do que o cooperado.
O que não se pode negar é que cumprem um dos papéis de maior protagonismo na saúde do Brasil, e que na média são instituições rentáveis.