SUS e Saúde Suplementar na Região Norte do Brasil

Enio Jorge Salu – Publicado em 4 de Novembro de 2019

 

 

Fotos do Seminário para entrega do estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil realizado em Manaus hoje.

 

A Região Norte, muito desconhecida para os brasileiros que moram em outras cidades do Brasil, tem características bem particulares também na área da saúde!

 

Tive a oportunidade de estar aqui diversas vezes, mas foi a primeira em que convivi com tantos gestores, de tantas empresas diferentes, da área privada e da área pública: realizado no auditório da FIEAM, pelo apoio o Luis Alberto, diretor presidente da Samel, teve 71 inscritos !

 

 

As diferenças da Região começam com a enorme distância entre as cidades - estradas de terra, transporte fluvial e a elevadíssima concentração dos estabelecimentos de saúde nas capitais dos Estados dificultam muito o acesso da população das regiões não metropolitanas à saúde.

 

O Estado de São Paulo é mais o menos do tamanho do Estado de Roraima, ou de Rondônia, e quando comparamos a densidade de estabelecimentos de saúde, é fácil notar a dificuldade dos gestores da região para lidar com logística de pacientes, medicamentos, materiais, equipamentos !

 

 

Análise do repasse do SUS per Capita indica que nas regiões de fronteira o Brasil acaba empenhando parte dos recursos para atender imigrantes dos países vizinhos. Se reclamam que falta dinheiro para o SUS cuidar dos brasileiros  ...

 

 

Mesmo com beneficiários de planos de saúde em todas as cidades, é a região com o maior número de cidades sem um único médico na saúde suplementar cadastrado no CNES. Levando-se em conta que todas tem pelo menos um médico do SUS, indica que a saúde suplementar não regulada é muito presente na região!

 

Por conta do calor, baixa oferta /  estabilidade de utilidades públicas, é a região com maior índice de equipamentos de infra por estabelecimento do Brasil (geradores, ar condicionado, tratamento de água  ...). Só perde para a Região da Serra Gaúcha por conta dos aquecedores.

 

 

Tomando como exemplo a distribuição dos mamógrafos, ausentes na maioria das cidades por questões relacionadas à infra e custo x benefício, é a região mais dependente de unidades móveis de saúde e com maiores oportunidades para telessaúde.

 

Também diferente das outras regiões, uma capital não é protagonista em todos os recursos de saúde. Apesar das longas distâncias entre elas, é como se cada uma combinasse com as outras dividir a liderança das especialidades.

 

Avaliando os índices beneficiários de planos de saúde "PerCapta" e "PerPib" é a região menos saturada para a venda de planos de saúde.

 

 

E avaliando o indicador de proporcionalidade de repasse do SUS em relação à população, indica que é a região que fatura pior contas contra o SUS.

 

Muitos gestores da região nunca tiveram contato com estes indicadores - estes e as centenas de outros que fazem parte do estudo vão ajudar a melhorar na sua missão de melhorar o acesso da população à Saúde Pública e da Saúde Suplementar. Por isso,  mesmo sendo repetitivo, agradeço ao patrocínio da Guerbet do Brasil que está viabilizando este projeto, em especial à pessoa do Roberto Godoy ... cada gestor participante em cada seminário recebeu um pen drive com a íntegra do estudo !

 

E agora vamos para Porto Alegre (4/12) e Florianópolis (6/12)  ... ainda restam vagas ... interessados podem enviar nome, empresa ou instituição, cargo ou vínculo e telefone para enio.salu@fgv.br ou contato@escepti.com.br ... é gratuito !!!