Impacto dos Modelos de Remuneração de Compartilhamento de Riscos e Baseados em Valor em Operadoras e Hospitais
Enio Jorge Salu – Publicado em 23 de Janeiro de 2020
Foto com presentes na palestra sobre modelos de remuneração que ministrei na Faculdade do Einstein no Rio de Janeiro ontem.
Tive como missão comentar sobre os modelos de remuneração dos sistemas de financiamento público (SUS) e privados (Saúde Suplementar Regulada e Saúde Suplementar não Regulada), um dos temas abordados em aulas que ministro na Pós em Auditoria, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Iniciamos revisando a cadeia de valores dos sistemas de financiamento da saúde, e como ela é diferente das outras: um dos poucos segmentos em que quando a produção aumenta, alguns comemoram e outros choram. É sempre muito importante entender que quase todos que falam sobre modelos de remuneração carregam o viés do interesse comercial / institucional que se vincula – como não tenho vínculo exclusivo com fonte pagadora, serviço de saúde, agencia ... aproveito a oportunidade para comentar sem vieses, o que é muito bom !!!
Depois conceituamos a diferença entre forma de apresentação de contas e modelos de remuneração. Porque ainda existe confusão: ainda tem gente que confunde conta aberta com fee for service !!!
Discutimos modelos de remuneração de compartilhamento de riscos, e modelos de remuneração baseados em valor ... também tem gente que confunde uma coisa com outra.
E chegamos alinhados em conceitos para discutir o impacto que modelos de remuneração geram na cadeia de valores de negócios na saúde e como eles estão sendo implantados no Brasil.
Por enquanto não temos o que comemorar em relação ao progresso da implantação de modelos que realmente agregaram qualidade assistencial no Brasil.
Então comentamos sobre os principais fatores de sucesso para a implantação, que na essência estão ausentes na maioria absoluta dos projetos:
· É comum ver a simples troca de tabelas de preços por DRG, sem qualquer elemento de qualidade associado apenas aumenta a complexidade do ambiente faturamento / auditoria, ou seja, o inverso do que deveria acontecer;
· É comum ver a imposição de regras em contratos de compartilhamento de riscos por fontes pagadoras que dominam a relação comercial, transformando o que seria contratualização em “escravidão funcional de serviços de saúde, médicos, dentistas ...”.
Não é por acaso que o volume de profissionais envolvidos nas áreas que envolvem a gestão das receitas e custos das empresas do segmento (comercial, custos, faturamento, auditoria de contas ...) tem crescido muito, mas muito mesmo, acima do crescimento do setor. No último post comentei que o número de vagas na área cresceu 12,4 % em 2 anos ... em breve vou publicar um que demonstra o crescimento exclusivo desses profissionais para demonstrar isso !
Foi muito bacana começar o ano assim ... sempre uma grande honra poder falar sobre o assunto em uma instituição de excelência em gestão, para pessoas que querem discutir o tema sem viés pessoal / institucional.
E ainda a Profa. Ellen Bergamasco, coordenadora da pós de auditoria, me brindou com o sorteio de 4 exemplares de um dos meus livros ... sem palavras para agradecer !