Ranking das Cidades de Maior Crescimento de Estabelecimentos Públicos de Saúde

Enio Jorge Salu – Publicado em 26 de fevereiro de 2020

 

 

Figura que ilustra a evolução da quantidade de estabelecimentos de saúde públicos no Brasil entre 2017 e 2019:

·         Parte integrante do Capítulo B1 – Estabelecimentos de Saúde, do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil, Edição 2020.

 

Com dados do CNES podemos calcular a variação do volume de estabelecimentos públicos ao longo dos anos – na Edição 2020 fizemos isso comparando os anos 2017 e 2019 – e calculando o indicador por município, fizemos a plotagem.

 

Ressaltando:

·         O gráfico não demonstra o volume de estabelecimentos públicos;

·         Demonstra a variação de volume de estabelecimentos entre 2017 e 2019;

·         E a variação é representada em percentual, e não em número absoluto de estabelecimentos.

 

 

Observando a mesma plotagem com outra representação gráfica podemos notar que a evolução é bem distribuída em todo o território nacional – nas áreas “mais brancas” de menor crescimento existe o viés dos municípios serem de grande extensão, o que acaba “pintando menos de vermelho” da área. O crescimento é menor, mas existe !

 

Para construir o ranking, foram utilizados alguns parâmetros:

·         O ranking considerou apenas os municípios com mais de 50.000 habitantes:

o   Este critério foi estabelecido porque uma pequena variação de estabelecimentos em um pequeno município o faria liderar o ranking em detrimento da análise dos municípios maiores, em que a gestão pública é bem mais complexa;

·         Foram incluídos no ranking apenas os municípios com crescimento superior a 13,6 %, que é a média geral de crescimento dos estabelecimentos públicos e privados no Brasil no período;

·         Foi feito um ranking para cada Região Geográfica do Brasil.

 

Com este critério o ranking contém 75 municípios ... destas 75 apenas 2 são capitais de UF’s ... isso não é fantástico ?

·         Isso é motivo de comemoração, porque significa que aos poucos a saúde pública do Brasil vai desconcentrando a saúde das capitais, procurando chegar cada vez mais perto de quem mais necessita: o paciente;

·         Não existe nada pior para o paciente e para seus familiares do que fazer com que ele se desloque para outra cidade para tratar da saúde – justamente nos momentos de maior necessidade e fragilidade é obrigado a se afastar da sua rotina.

 

 

O ranking completo com as 75 cidades é anexo integrante do Estudo – a planilha acima ilustra apenas os 3 municípios que mais evoluíram por região:

·         Tem 2 cidades fora da curva: Ribeira do Pombal;

·         Quando existe uma ação efetiva de política pública de saúde em municípios, estas variações fora da curva ocorrem, e certamente não se sustentam por períodos consecutivos na mesma proporção;

·         Mas vale lembrar que, já há algum tempo, Esteio é um dos municípios com maior Índice de Desenvolvimento Socioeconômico do Estado do Rio Grande do Sul (IDESE);

 

Nas demais cidades desta planilha o crescimento é impressionante – na média baixa, em torno de 30 %:

·         Se esta tendência fosse se manter (evidentemente não é possível que se mantenha), em mais 4 anos o volume de estabelecimentos duplicaria em todas elas !

 

Também vale lembrar:

·         Que os dados se referem a um período histórico em que a economia não prima por ter sido um período de prosperidade ... muito pelo contrário !

·         E que estamos citando estabelecimentos públicos, relacionados aos cada vez mais proporcionalmente escassos recursos em relação aos demais segmentos da economia ... recursos que dependem de política para chegar onde devem.

 

Estes municípios merecem parabéns:

·         Saúde pública não se resolve apenas com leis, normas e questões técnicas;

·         Saúde pública depende de ações políticas, entendimento, articulação;

·         Falar mal de político passou a ser um mantra, e com isenção posso afirmar que fazer política é uma especialização como outra qualquer, e como em qualquer meio existem pessoas do bem e do mal.

 

Para finalizar é necessário comentar um viés, que não altera o cenário final desta análise:

·         Na área pública existem estabelecimentos administrativos, ou seja, que não atendem pacientes;

·         Isso poderia ser apontado como viés em relação ao aumento da burocratização destes municípios, mas a lógica da área pública é diferente da privada – não é viável dotar todos os estabelecimentos com estruturas de regulação, planejamento ...

·         Os estabelecimentos administrativos são tão importantes quanto os demais – imagine o SUS sem uma estrutura adequada de regulação e planejamento. Dotar a estrutura pública de estabelecimentos administrativos é fundamental para que o sistema consiga funcionar minimamente de forma integrada.

 

Estes municípios, de uma forma ou de outra, através da política estão equipando a saúde pública, que é algo fundamental para a população.

 

 

Lembro que está finalizado o Capítulo B1 – Estabelecimentos de Saúde – do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil (   gesb.net.br   ).

 

O capítulo é composto por:

·         Um caderno guia;

·         Uma planilha que permite a tabulação dos estabelecimentos por cada uma das naturezas jurídicas do cadastro do CNES, por município e por Unidade Federativa;

·         Uma planilha com a tabulação dos estabelecimentos por Tipo, Vínculo de Gestão e Grupo, por município;

·         140 plotagens dos indicadores por Tipo, Vínculo de Gestão e Grupo, por Região Geográfica do Brasil, em um arquivo em formato Power Point que facilita a cópia das imagens para outros documentos:

 

 

A programação para os seminários de entrega do Estudo, e da premiação das Operadoras e Secretarias de Saúde está publicada na página da Jornada da Gestão em Saúde (   jgs.net.br   ) – são poucas vagas:

·         Brasília – 23 e 24 de Julho

·         Curitiba – 13 e 14 de Agosto

·         Recife – 24 e 25 de Setembro

·         São Paulo – 22 e 23 de Outubro