Distribuição dos Equipamentos para Manutenção da Vida no Brasil

Monitores, Respiradores, Bombas ... quantos e onde estão os equipamentos para procedimentos críticos no Brasil ?

 

Enio Jorge Salu – Publicado em 2 de Abril de 2020

 

 

Por conta da crise do COVID-19 os respiradores assumiram o protagonismo recente quando se pensa em equipamentos para assistência à saúde, por conta do ataque que o vírus realiza no sistema respiratório. Mas mesmo pessoas que atuam no segmento não têm muita intimidade com a variedade de equipamentos que têm como função manter a vida em situações críticas.

Podemos contabilizar quantos e onde existem analisando o CNES, desde que tomando o cuidado com um viés importante:

·         O cadastro é feito pelos próprios serviços de saúde, e as principais motivações são a habilitação perante a fonte pagadora dos procedimentos;

·         Como as fontes pagadoras não auditam o cadastro detalhadamente, principalmente porque exigiria uma estrutura de auditoria gigantesca, o serviço de saúde não se motiva a manter o cadastramento com absoluto rigor.

Inicialmente, então, sabemos que o número de equipamentos é maior do que o existente no CNES – não é possível avaliar se é muito ou pouco maior ... mas certamente é maior !

No CNES existem cadastrados 18 tipos de equipamentos cuja melhor classificação é a do tipo “Para Manutenção da Vida” – não existe normativa para “classificação oficial”:

·         Bomba de Infusão de Hemoderivados;

·         Bomba / Balão Intra-Aórtico;

·         Bomba de Infusão;

·         Reanimador Pulmonar / AMBU;

·         Respirador / Ventilador;

·         Desfibrilador;

·         Marcapasso Temporário;

·         Equipamento de Circulação Extracorpórea;

·         Forno de Bier;

·         Equipamento para Hemodiálise;

·         Microscópio Cirúrgico;

·         Debitômetro;

·         Monitor de ECG;

·         Monitor de Pressão Invasivo;

·         Monitor de Pressão Não-Invasivo;

·         Berço Aquecido;

·         Bilirrubinômetro;

·         Incubadora.

 

(*) Todos os gráficos e dados são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil – Edição 2020.

 

Somados, em 2019, chegam a 863.836:

·         Dá para imaginar que em torno de cada um desses equipamentos existe uma pequena comunidade de outros recursos: pessoa habilitada para operar, pessoa habilitada para calibrar, insumos ...

·         Uma falha pode determinar um óbito.

 

 

Em 2019 esta quantidade esteve distribuída desta forma:

·         Respiradores, embora com participação importante, é o 5º em volume;

·         Bomba de infusão e monitores, que também estão presentes em UTI, têm volumes significativamente maiores.

 

 

Este gráfico demonstra que o segmento investiu muito em quase todos eles entre 2017 e 2019:

·         Dos 18, 10 evoluíram em volume mais de 10 % em apenas 2 anos;

·         Monitores, na casa dos 20 % !

 

 

Este outro gráfico demonstra a diferença entre os equipamentos existentes e os em uso:

·         Uma unidade crítica não funciona se um equipamento desses falhar, então os serviços de saúde costumam ter equipamentos de reserva para o tempo que o equipamento que apresentar falha estiver em manutenção;

·         E não é somente uma questão assistencial: o fator econômico envolvido é muito importante também;

·         Se um leito de UTI ficar fechado por consequência da quebra de um monitor, por exemplo, o serviço vai deixar de faturar a diária da UTI que é um dos itens de maior valor em qualquer sistema de financiamento (SUS, SS Regulada e SS Não Regulada), portanto o prejuízo é enorme !

 

O gráfico demonstra que a reserva técnica mínima desses equipamentos é de 3 %:

·         É importante citar que nem todos os equipamentos que não estão em uso são reservas;

·         Mas no caso da maioria absoluta desses ... são !

 

Os gráficos a seguir servem para avaliar regionalmente como é diferente a tecnologia assistencial de manutenção da vida:

·         Eles apresentam a variação per capita, ou seja, quantos equipamentos existem por habitante;

·         Metodologicamente seria menor adaptar o denominador por mil ou milhão de habitantes de modo que o resultado ficasse o mais próximo possível de 1 dígito inteiro. Mas para comparar os vários tipos, todos os indicadores estão calculados para cada milhão de habitante;

·         Então, como os indicadores são relativos à população envolvida, nos gráficos, quanto mais escuro mais tecnologia a UF tem à disposição para realizar procedimentos de manutenção da vida ... quanto mais claro, menos recursos técnicos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil inclui planilhas em que é possível tabular a quantidade de cada tipo de equipamento e de profissional por município brasileiro.

 

A programação para os seminários de entrega do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil, e da premiação das Operadoras e Secretarias de Saúde com destaque em indicadores de gestão, está publicada na página da Jornada da Gestão em Saúde (   jgs.net.br   ) – são poucas vagas:

·         Brasília – 24 de Julho

·         Curitiba – 14 de Agosto

·         Recife – 25 de Setembro

·         São Paulo – 23 de Outubro

 

Na página do estudo ( gesb.net.br ) existe também instruções para encomendar a aquisição sem participar dos seminários.