Apesar do avanço das quimioterapias, cresce o volume de unidades e de leitos para internações oncológicas
A demanda por leitos de oncologia antes da crise COVID-19 deve se manter nos próximos anos
Enio Jorge Salu – Publicado em 03 de Junho de 2020
Apesar dos avanços nos tratamentos de quimioterapia em regime ambulatorial, aumenta a necessidade das internações para tratamentos de oncologia clínica e cirúrgica.
Através da análise dos indicadores de perfil e evolução de leitos e unidades com leitos de oncologia é possível concluir que tanto no SUS como na SS a expansão é significativa.
(*) Todos os gráficos foram construídos com base nos dados do estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil – Edição 2020
Estes 2 primeiros gráficos demonstram que em 2019 o Brasil contabilizou:
· 11.942 leitos de oncologia, sendo 7.903 no SUS e 4.039 na SS;
· 445 unidades com leitos de oncologia, sendo 349 no SUS e 338 na SS.
Já vemos uma característica marcante:
· No SUS existe em média 22,6 leitos por unidade;
· Na SS em média 11,9 leitos por unidade.
Ou seja, no SUS as unidades têm, em número de leitos, em média o dobro do que na SS:
· Existe o importante viés de que no SUS inexistem apartamentos, enquanto na SS predominam os apartamentos
· Mas somente este viés não explica a relação: na verdade no SUS as unidades especializadas são menos “pulverizadas” na rede, e maiores que na SS, como é possível observar analisando mais detalhadamente os dados do CNES.
Os gráficos demonstram que, no geral, em 2 anos houve expansão tanto no volume de leitos (999) como no volume de unidades (25). Os gráficos a seguir estratificam estes dados entre SUS e SS.
Diferente da maioria absoluta das outras especialidades e/ou dos tipos de leitos, para internação cirúrgica não observamos nenhuma retração (redução) nem no volume de leitos, nem no volume de unidades, nem na SS, nem o SUS:
· Em 2 anos, todos os indicadores registram elevação.
Observando os indicadores %:
· No SUS – 2,9 % de crescimento em unidades, e 6,6 % de crescimento em leitos;
· Na SS – 4,3 % de crescimento em unidades, e impressionantes 14,5 % em leitos.
Vários fatores explicam o aumento da demanda para casos oncológicos:
· Maior expectativa de vida (coisa boa) leva a um maior período de exposição às doenças, e oncologia é uma delas;
· Diminuição da qualidade de vida e opções sociais que introduzem cada vez mais pessoas aos grupos de riscos;
· E a evolução da qualidade do diagnóstico precoce – no passado muita gente morria em decorrência do câncer sem mesmo ter sido diagnosticada a doença;
· E uma série de outros.
Os dados demonstram que tanto a SS como o SUS vão ajustando suas estruturas de internação para atender o crescimento da demanda para internação, apesar da evolução nos tratamentos ambulatoriais de quimioterapia e radioterapia:
· Na verdade, se não estivéssemos tendo evolução nos tratamentos ambulatoriais, o crescimento registrado teria sido ainda maior !
Em 2020, por conta da crise COVID-19, muitos pacientes abandonaram os tratamentos ambulatoriais – na verdade o movimento ambulatorial de rotina também experimentou uma queda elevadíssima.
Infelizmente isso deverá ter uma consequência sem precedentes para o perfil da oncologia em todo o mundo, especialmente em relação às quimioterapias:
· A partir de 2020 vamos experimentar aumento no diagnóstico tardio;
· Os casos diagnosticados tardiamente reduzem a chance de sucesso no tratamento clínico, reduzindo proporcionalmente os tratamentos quimioterápicos que se aplicam ao diagnóstico precoce;
· Por consequência vamos ter aumento nos procedimentos oncológicos cirúrgicos;
· E ainda mais infelizmente, vamos passar por um período me que a taxa de óbitos vai se elevar.
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