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Efeito da Pandemia em Ambulatórios e Consultórios Foi Menor que o Esperado em 2020
0139 – 03/02/2021
Aos cuidados de: «Nome» «empresa» «depto» «cargo»
Referência: Jornada da Gestão em Saúde
(*) Todos os gráficos são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil
Acho que todos estávamos muito aflitos com o que aconteceria com consultórios e pequenas clinicas de especialidades durante a pandemia:
· O gráfico mostra a variação % do número de estabelecimentos nos últimos 3 anos;
· Houve queda de crescimento, ficando “na casa” de 5 %, um dos menores índices de crescimento comparado aos demais tipos de estabelecimentos de saúde;
· Mas estávamos aflitos imaginando que a pandemia geraria uma “quebradeira geral” ... e graças a Deus isso não aconteceu;
· Pode ter sido um crescimento abaixo do que teria sido se não tivéssemos a pandemia, mas cresceu ... não reduziu !
É claro que este setor reduziu a rentabilidade, uma grande parte dos estabelecimentos (senão a maior parte) “amagou” prejuízo financeiro:
· No geral a população fugiu dos consultórios como “o diabo da Cruz”;
· A má notícia é que com a “lerdeza” da reação do Brasil no planejamento da imunização da população, e o risco de uma 3ª onda aqui no Brasil em função dela, 2021 ainda não vai redimir totalmente os prejuízos;
· Mas a boa notícia é que os empreendedores perseveraram, “seguraram a barra”, e não fecharam suas empresas ... e como a demanda reprimida é enorme, quando a pandemia começar a ser controlada vai faltar agenda e sobrar produção !
Temos mais de 200.000 consultórios isolados no Brasil:
· Não é possível estimar com segurança como se distribuem entre os nossos 3 sistemas de financiamento;
· Sabemos que a maioria absoluta não atende SUS, ou seja, a quase totalidade atende pacientes de convênios (saúde suplementar regulada pela ANS) e particulares (não regulada por ninguém);
· Não sabemos com segurança o quanto a saúde suplementar não regulada é maior que a regulada, mas sabemos que é maior porque estes consultórios embarcam especialidades em que é quase proibitivo financeiramente atender convênios.
Também não sabemos com segurança quantos empregos estes consultórios geram:
· Alguns são mono especialidade, outros multi especialidades;
· Funcionários da retaguarda não necessariamente “tem carteira assinada”;
· Mas se estimarmos 2,5 vagas para cada um já teríamos algo em torno de meio milhão de postos de trabalho.
Os outros tipos de estabelecimentos que prestam serviços ambulatoriais somam quase 130.000:
· Também com crescimento constante nos últimos anos;
· E são estabelecimentos dos mais variados ...
· ... a maioria, quase metade, são as clínicas de especialidades, que realizam pequenos procedimentos.
Nestes estabelecimentos o número de postos de trabalho é maior que nos consultórios isolados:
· Se estimarmos uma média de 4 postos de trabalho por estabelecimento, já temos aí mais meio milhão para somar aos dos consultórios;
· Ou seja, um segmento que envolve, somente com estes 2 tipos de estabelecimentos que realizam procedimentos de baixa complexidade, cerca de 1 milhão de empregos diretos.
E mais “não sei quantos” empregos indiretos, relacionados a zeladoria, fornecimento de insumos.
Por isso, para quem “habita a gestão da saúde”, nossa preocupação com estes estabelecimentos no início da pandemia foi enorme ... nosso receio de que uma legião de pessoas com formação diferenciada, especialização “suada”, e “muita coragem para empreender no Brasil” pudesse passar mais dificuldade do que passou !
Como tudo na saúde, é um segmento que sofre muita influência das condições do mercado regional:
· O gráfico ilustra a quantidade de estabelecimentos existente por 1.000 habitantes;
· A relação entre a que oferece menos estabelecimentos para sua população (Amazonas) para a que oferece mais (Santa Catarina) é de 4 vezes, ou seja, na média, em Santa Catarina a população tem 4 vezes mais acesso aos serviços de baixa complexidade do que no Amazonas.
E veja que interessante:
· Nas UF’s que fazem divisa com outros países, onde existe maior “trânsito rotineiro de estrangeiros”, o gráfico fica mais escuro;
· Isso se dá muito pelo fato do nosso tão criticado SUS não recursar atendimento, seja lá para quem for;
· Se um argentino ou paraguaio precisar de serviço médico em Foz do Iguaçu, não deixará de ser atendido em uma UBS;
· Mas se você for para os Estados Unidos torça para não ficar doente, porque os SUS’s de lá (Medicare e Medcaid) só atendem idosos (que contribuíram com o seguro social) e pobres, e se foram cidadãos americanos ... já se for o caso do cidadão americano necessitar de atendimento médico aqui no Brasil será atendido gratuitamente pelo nosso tão criticado SUS !
Se “pegarmos” somente consultórios isolados e fizermos o gráfico por milhão de habitantes:
· A pintura fica muito diferente, porque eles estão quase que totalmente associados à saúde suplementar;
· Como tanto a saude suplementar regulada como a não regulada é mais desenvolvida mais ao sul do Brasil, o gráfico também fica “mais escuro” mais ao Sul !
Em um ano que estes empreendedores necessitaram de algum apoio do governo e não tiveram nada, o segmento cresceu, mostrando sua força:
· E mesmo que nosso 2021 não seja igual ao que ocorrerá nos países que se prepararam para que a pandemia produzisse o mínimo possível de cicatrizes empresariais ... nossa fila de procedimentos eletivos nunca esteve tão grande;
· Mesmo que nosso 2021 não seja igual ao que ocorrerá nos países que se prepararam para vacinar o mais rapidamente possível a população, e sair mais rapidamente da pandemia ... temos o risco de uma 3ª onda COVID-19, que não deverá ocorrer nos países que se prepararam melhor para vacinar a população;
· Mesmo assim ... é de se crer que 2021 vai redimir as perdas destes mais de ~350.000 heroicos empreendedores dos pequenos estabelecimentos de saúde ... que merecem todo o nosso respeito ... são “batalhadores” acima de tudo.
O ponto de atenção é que as fontes pagadoras vão tentar reduzir os preços para compensar o aumento de volume, e com a expansão do segmento aumenta a chance de concorrentes aceitarem inadvertidamente:
· É importante mapear adequadamente o custo (médio ou unitário) para avaliar se o preço proposto realmente vale a pena;
· A metodologia é simples ... não existe razão para que não seja feito pelo próprio administrador do consultório / ambulatório !
Calcular os custos dos procedimentos e calibrar o preço é particularmente mais necessário na odontologia:
· O mercado de trabalho dos “odontólogos”, no geral, reduziu na pandemia;
· O primeiro gráfico demonstra a redução do número de vagas ... lembrando que uma mesma vaga registrada no CNES pode ser ocupada por mais de um profissional, ao mesmo tempo que um mesmo profissional pode ocupar mais de uma vaga ... nele vemos uma retração de mais de 15.000 postos de trabalho em apenas 1 ano;
· O segundo demonstra quais as especialidades de dentistas tiveram evolução, e quais tiveram retração;
· Vemos desde reduções de quase 36 %, até crescimento de 8 %;
· Como a maioria dos postos de trabalho são ocupados por empreendedores, tanto em consultórios de odontologia, como nos serviços de apoio (protéticos, RO’s) ... é cada vez mais importante avaliar bem a margem de contribuição dos produtos para garantir a sustentabilidade do negócio !
O passado e o futuro próximo podem ser considerados trágicos para a odontologia:
· Poderia ter sido um 2020 melhor e o início de 2021 bem melhor se as entidades de classe tivessem feito campanha para demonstrar para a população que os estabelecimentos e os profissionais da odontologia estavam preparados para receber os pacientes com segurança ... mas inexplicavelmente ficaram “no silêncio” ... consultórios, RO’s e profissionais não tiveram apoio para atrair os “medrosos clientes” ... evidentemente não dá para o consultório fazer propaganda disso às suas próprias custas;
· Particularmente, no início da pandemia decidi que jamais iria ao dentista enquanto a pandemia não acabasse ... uma urgência me obrigou a ir e pude perceber que estava mais seguro lá do que no mercado, ou as pessoas no transporte coletivo ... inclusive fiz um exame em uma RO que considero estar muito melhor preparada do que o local onde fiz exame de sangue e onde doei sangue por 2 vezes – mas muito melhor preparada ... sem qualquer sombra de dúvida;
· O passado passou ... não se muda o que poderia ter sido mudado;
· E podemos olhar para o segmento com um potencial enorme conforme a pandemia for sendo controlada ... imaginem o número de procedimentos que serão demandados quando as pessoas perderem o medo ... quanta gente com dor de dente adiando a consulta no dentista ... como diziam no passado: “vão arrebentar a boca do balão” !
O cenário geral de evolução entre 2019 para 2020 no âmbito ambulatorial não foi o melhor para todos os tipos de profissionais, como demonstra o gráfico:
· Para Fono, TO, Psicologia foi um ano muito difícil – têm também muita necessidade de “calibrarem” seus custos e preços para alinhar com a novo perfil do mercado;
· Mas para dentistas foi um ano bem pior ... o único segmento que retraiu.
De qualquer forma, fico particularmente muito contente em ter “queimado a língua” achando que haveria enorme redução do volume de estabelecimentos de baixa complexidade em 2020 ... como é bom, neste caso, ter sido uma espécie de profeta do apocalipse e ter falhado na profecia:
· Foi um ano ruim, as dificuldades estão na mesa ... mas foram menores do que se projetava;
· Nunca fiquei tão contente por ter errado ... graças a Deus !
Este endereço consta na lista porque em algum momento houve relacionamento com o autor em consultorias, seminários, cursos ou outra atividade profissional
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· Introdução à Auditoria de Contas Hospitalares para Médicos, Enfermeiros e Outros Profissionais da Área Assistencial
19 e 26 de Janeiro — Das 18:00 h às 21:00 h — Horário de Brasília
· Práticas para Precificação de Produtos Hospitalares
20 e 27 de Janeiro — Das 18:00 h às 21:00 h — Horário de Brasília
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24 de Fevereiro e 3 de Março — Das 18:00 h às 21:00 h — Horário de Brasília
· Como Aferir Ressarcimentos das Operadoras de Planos de Saúde para o SUS
25 de Fevereiro e 4 de Março — Das 18:00 h às 21:00 h — Horário de Brasília
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11 e 18 de Março — Das 18:00 h às 21:00 h — Horário de Brasília
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23 e 30 de Março — Das 18:00 h às 21:00 h — Horário de Brasília
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24 e 31 de Março — Das 18:00 h às 21:00 h — Horário de Brasília
Sobre o autor Enio Jorge Salu
Histórico Acadêmico
· Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo
· Pós Graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo
· Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas
· Professor em Turmas de Pós Graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta
· Coordenador Adjunto do Curso de Pós Graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed
Histórico Profissional
· CEO da Escepti Consultoria e Treinamento
· Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas
· Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares
· CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa
· Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação
· Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas
· Associado NCMA – National Contract Management Association
· Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde
· Autor de 12 livros pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e Edições Própria
· Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado