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O Inédito Mercado da Saúde Para Muitos, Exposto Pela Pandemia
0160 – 11/04/2021
Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil
As Nuances da Complexa Gestão Da Saúde
Um texto longo para “aliviar um pouco” nosso momento, e enaltecer a área da saúde.
A figura ilustra dois episódios em que estive envolvido nos últimos dias ... e como a pandemia está dando um pouco da dimensão do que é a área da saúde para muitas pessoas que nunca tiveram a oportunidade de saber:
· Uma reportagem no SP1;
· O seminário Geografia Econômica da Saúde no Brasil – O Mercado da Saúde Privada no Brasil.
Não sei até hoje porque não existe uma série de TV para mostrar os bastidores da saúde:
· Existem as dos bastidores da área assistencial, os dramas dos médicos, da enfermagem e de outros profissionais assistenciais ... nos encantamos também com filmes como Patch Adams, Quase Deuses ... que mostram bastidores do desenvolvimento da área assistencial;
· Mas os bastidores da área da saúde pública e privada ... que tipos de empresas estão no segmento, fontes pagadoras, serviços de saúde pequenos, médios e grandes, secretarias de saúde – como elas se estruturam em especialidades e serviços, como tudo se interliga de forma complexa e conflituosa economicamente ... infelizmente não;
· Escolhendo um tema diferente para cada capítulo, teríamos centenas de episódios diferentes;
· Certeza que as pessoas gostariam ? ... se chama a atenção “como fazer um pavê”, imagine como chamaria a atenção ver como funciona a área de nutrição em um hospital – os tipos de “cardápios”, como são definidos, produzidos e distribuídos – como a nutrição assistencial avalia o consumo dos alimentos e estado nutricional dos pacientes !!!
Uma série como esta atrairia mais talentos para a gestão da saúde, e a saúde funcionaria melhor:
· Saúde funciona bem, e muito bem diga-se de passagem, na área assistencial ... mas ainda estamos “engatinhando” na gestão da saúde pública e privada no Brasil;
· Apesar de termos profissionais muito bons, alguns com que tive a honra de aprender gestão (tanto professores como parceiros em centenas de projetos), a quantidade de gestores em saúde adequadamente capacitados ainda é pequena para a necessidade.
(*) todos os gráficos são partes integrantes do estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil
A matéria no SP1 foi surpreendente para mim:
· O contato inicial foi para saber se tinha dados das empresas que estão lucrando com a pandemia e eu, como sempre “desagradável”, dei informações sobre o contraponto: as que estão em dificuldades ... naturalmente achei que não entraria na matéria;
· Fiquei surpreso quando marcaram uma conversa com a Ananda Apple ... e ao ver a reportagem fiquei maravilhado ... a sensibilidade dela e da equipe em mostrar a realidade dos dois lados é o profissionalismo do jornalismo ... fizeram do “limão uma limonada” !
Como mostra a figura:
· Temos mais de ~730 mil serviços de saúde ... a maioria absoluta não é de hospitais (hospitais apenas ~8.500);
· E quando separamos os serviços de internação, a maioria com absoluta é formada por unidades de internação pequenas: 66,2 % até 50 leitos ... 17,2 % até 100 leitos ... ou seja, ~83 % do total é de pequenas;
· Quando as pessoas veem reportagens sobre os grandes hospitais pensam que representam o segmento ... na verdade os grandes são exceção ... os “famosos pela excelência”, os mais conhecidos, mais exceção ainda !
· A maioria não trata pacientes COVID-19 ... nem tem UTI;
· Então uns poucos hospitais, em relação ao total, têm se sustentado bem com a pandemia ... e seus fornecedores dos insumos de tratamento de COVID estão “nadando de braçada”;
· Mas a maioria ... os pequenos ... está passando dificuldades, e levam a dificuldade para seus fornecedores que não têm nada a ver com tratamento de COVID-19.
Operadoras de planos de saúde, de modo geral, estão se dando bem com a pandemia:
· Contando as de assistência médica e de assistência odontológica, temos 1.013 que deixaram de pagar por uma infinidade de tratamentos de doenças que foram adiadas ... tudo que não é urgente ficou para depois da pandemia ... continuam recebendo dos seus beneficiários para fazer tudo, mas só estão tratando pacientes COVID-19 e coisas que dá para fazer por telemedicina, exames simples ... isso custa pouco para elas !
· Mas o gráfico mostra que a maioria é formada por pequenas empresas. Uma pequena, se tiver razoável quantidade de pacientes COVID-19 pode estar tendo problemas ... em uma grande operadora, ter pacientes em UTI dá para administrar ... em uma pequena: pode até falir !
Considerando isso ... operadoras de planos odontológicos, de modo geral, estão “no Monte Olimpo” ... com lucros inimagináveis, apesar de terem perdido alguns beneficiários !!
E como é fantástica a saúde suplementar !
· Os gráficos ilustram a “pirâmide populacional” de duas operadoras de planos de saúde diferentes, ou seja, a distribuição de beneficiários por idade e sexo;
· É fácil notar que, proporcionalmente, a da direita teve mais custos com pacientes COVID-19 que a da esquerda;
· A gestão de uma ... os bastidores ... é completamente diferente da outra quando planejam quantos médicos necessitam, quantos equipamentos de cada tipo precisam estar à disposição ... enfim, como deve ser estruturada sua rede de atendimento;
· O mais fascinante é que se estratificar por região (estado, grupo de municípios, município ...) as pirâmides variam ... e muito !
O SUS tem os dois lados:
· Por um lado é “como uma operadora de planos de saúde” que paga pelo atendimento dos pacientes na rede pública, para serviços públicos e privados;
· Por outro lado, os hospitais públicos 100 % sustentados pelo governo, são serviços de saúde que dependem do repasse do SUS para equilibrar suas contas;
· Se atendem pacientes COVID “o repasse chega”, e cresceu muito durante a pandemia – o gráfico da esquerda demonstra o crescimento médio de internações para estes pacientes entre 2019 e 2021 ... praticamente dobrou;
· Os que não atendem COVID tiveram queda, como é o caso do gráfico da direita de procedimentos de dermatologia, tem menor valor de repasse e tem muitos custos fixos incompatíveis com o que chega de repasse ... um drama !
A figura ilustra como o segmento é grande:
· Mais de 4,5 milhões de profissionais atuam no segmento;
· E este número é só o que consta no cadastro do CNES.
Deve haver mais alguns milhões que atuam:
· Em estabelecimentos que não atualizam o CNES – por exemplo: os profissionais que foram contratados em regime de emergência para atuar no tratamento de pacientes na pandemia, em sua maioria, não estão no CNES ainda – a prioridade destes estabelecimentos está longe do cadastro no CNES;
· Em estabelecimentos que não necessitam estar no CNES – por exemplo: os funcionários de uma empresa que terceiriza lavanderia, nutrição e outros serviços hospitalares ... e dos fornecedores de insumos para a saúde em geral.
Nenhum outro segmento tem tantos trabalhadores:
· E nem com tanta variedade de profissões;
· Na saúde trabalham os tipos de profissionais que existem em praticamente todos os demais segmentos de mercado: engenheiros, mecânicos, atuários ... especialistas de destinação de tipos de lixo ... jardineiros e até palhaços !
Se não bastasse tudo isso:
· Temos alguns milhares de fornecedores de insumos ... somente farmacêuticas no Brasil ~ 500;
· Conselhos profissionais (CRM, CRO, COREN, CREFITO, COFEN ...) mais de 300 ... e sem contar as associações – por exemplo: um médico que tem CRM, pode simultaneamente estar associado à AMB – Associação Médica Brasileira, fazer parte do Colégio Brasileiro de Radiologia, ser associado da Sociedade de Medicina e Cirurgia de “Xiririca da Serra” ...
· Somente instituições de ensino superior que formam os profissionais da área ... mais de 4.300;
· Dezenas de milhares de empresas que prestam todos os tipos de serviços especializados para a saúde: lavanderia, engenharia clínica, limpeza, segurança, alimentação, transportes ...
· E dezenas de milhares de empresas que fornecem insumos ... ficaram famosas na pandemia as de oxigênio e medicamentos ... mas temos de materiais, órteses, próteses, equipamentos, sistemas de informação ...
Do seminário Geografia Econômica da Saúde no Brasil – O Mercado Real da Saúde Privada no Brasil, participaram profissionais de operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, serviços de diagnósticos, fornecedores de insumos para a saúde e consultores ... para mim uma grande satisfação e honra, poder discutir estas coisas com gestores tanto de muita como de pouca experiência.
Ao fornecer aos participantes ferramentas para avaliar:
· Onde estão os clientes, quantos são, como se distribuem pelo país, por idade e por sexo;
· Como são as operadoras de planos de saúde ... quais concorrem entre si ... como podemos utilizar a características das operadoras para guiar investimentos de serviços de saúde e fornecedores;
· Demos um “passeio” por este mercado magnífico que é a área da saúde.
É um dos mercados que mais movimentam dinheiro no Brasil ... e no mundo ... quase metade das 20 maiores empresas do mundo são da área da saúde:
· Que pena que o governo não vê a área da saúde como fator de desenvolvimento econômico ... que pena !
· Talvez uma série de TV pudesse ajudar a “curar esta cegueira governamental” !
· Talvez ao invés de estarmos “mendigando vacinas” para outros países estivéssemos todos vacinados e vendendo vacinas para o mundo !!!
Enquanto isso nos resta formar bons gestores:
· Este “mundo gigante” precisa muito de bons gestores;
· Tem muito dinheiro envolvido, e onde tem muito dinheiro, se a gestão não for bem-feita, favorece “gente esperta” em se aproveitar do descontrole.
· Qualquer coisa que imaginemos em relação à sustentabilidade financeira dos envolvidos na cadeia de valores da saúde sempre tem os dois lados ... é um segmento “economicamente conflituoso” por natureza;
· Tem “gente chorando” ... tem “gente vendendo lenço” !
Somente quem atua no segmento e se especializa em gestão tem discernimento para entender as relações conflitantes:
· E tem que aprender que não são empresas inimigas;
· Têm interesses econômicos diferentes, ao mesmo tempo que têm interesses assistenciais iguais ... todas querem o bem do paciente / beneficiário do plano de saúde / dependente do SUS;
· Mas para isso algumas precisam gastar o mínimo possível para sobreviver ... quanto mais doentes: pior;
· Enquanto a atividade de outras é curar doenças ... assim sobrevivem ... quanto mais doentes e mais complicados estiverem: melhor !
Se quiser se atualizar ou aprimorar conceitos na área de gestão da saúde, toda a programação de cursos da Jornada da Gestão em Saúde do segundo trimestre será voltada para captar recursos para doação para 5 entidades filantrópicas:
· Do total de recursos que conseguirmos captar, vamos descontar a carga tributária e os custos com terceiros (que não tenho condições financeiras de assumir), e todo o restante será destinado para as 5 entidades ... dependendo da quantidade de inscritos, poderemos destinar até 70 % da arrecadação;
· Buscando aumentar a adesão, todos os 10 cursos do segundo trimestre da Jornada da Gestão em Saúde serão “vendidos” por R$ 300,00, ou seja, 10 % do valor praticado originalmente por curso;
· O inscrito nesta etapa, por este valor de inscrição, poderá participar de todos os 10 cursos, pagando o equivalente a “1 pizza” por cada um deles;
· Os cursos que o inscrito não puder fazer, ou não for do seu interesse, pode ceder as vagas para outras pessoas !
Os próprios participantes vão eleger as 5 instituições que receberão as doações:
· E todas as que forem votadas, mesmo as que não receberem doação, poderão inscrever participantes gratuitamente nos cursos da Jornada da Gestão em Saúde do terceiro trimestre de 2021;
· Isso também é de muito valor para as filantrópicas neste ano ... se faltam recursos para o básico, não têm recursos para desenvolvimento dos seus colaboradores ... e o “turnover” é alto !
Se estiver interessado em participar, os detalhes dos cursos e as informações para inscrições estão na página www.jgs.net.br .
Todos os cursos serão realizados pela plataforma Zoom, das 17:00 h às 20:00 h (horário de Brasília):
· Práticas para Precificação de Produtos Hospitalares (GNAS19) – 27 de Abril e 4 de Maio
· Gestão Comercial em Saúde (GNAS16) – 29 de Abril e 6 de Maio
· Melhores Práticas da Gestão do Faturamento em Hospitais, Clínicas e Centros de Diagnósticos na Saúde Suplementar e no SUS (GNAS17) – 11 e 18 de Maio
· Como Avaliar Preços de Pacotes em Hospitais, Clínicas e Centros de Diagnósticos (GNAS12) – 13 e 20 de Maio
· Como Definir e Precificar Pacotes em Operadoras de Planos de Saúde (GNAS13) – 25 e 27 de Maio
· Como Calcular Custos e Preços em Centros de Diagnósticos por Imagem e Radiologia Odontológica (GCPR11) – 1 e 2 de Junho
· Como Aferir Ressarcimentos das Operadoras de Planos de Saúde para o SUS (GNAS14) – 8 e 15 de Junho
· Práticas de Faturamento e Auditoria de Contas Médicas SUS (GNAS18) – 10 e 17 de Junho
· Introdução à Auditoria de Contas Hospitalares para Médicos, Enfermeiros e Outros Profissionais da Área Assistencial (GNAS11) – 22 e 24 de Junho
· Fundamentos e Ferramentas Básicas do Marketing em Saúde (GNAS20) – 29 e 30 de Junho (turma 2)
Se puder ajudar na divulgação ficarei agradecido ... se puder participar, mais agradecido ainda !!!!!!
Mais detalhes sobre a programação, os cursos e inscrições na página www.jgs.net.br ou diretamente através do canal contato@escepti.com.br