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Melhores Operadoras Exclusivamente Odontológicas e a Competição Desleal
0167 – 14/04/2021
Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil
A Dificuldade Para Se Destacar Dentro de Uma Regulação Inadequada !
(*) todos os gráficos são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil
Se você tiver um mercado, um barzinho, uma loja de conveniência ... e tiver como vizinho uma farmácia, certamente ficaria chateado (para aliviar o adjetivo):
· Você não pode vender medicamentos ... nem mesmo dipirona, paracetamol e uma infinidade de medicamentos que não exigem prescrição;
· Mas a farmácia pode vender chocolate, refrigerante, água mineral, barrinhas ... até sorvete, chiclete.
Podemos fazer um paralelo disso com o que acontece com as operadoras de planos exclusivamente odontológicos:
· Não vendem planos de assistência médica;
· Mas autogestões, filantrópicas, medicinas de grupo, seguradoras e até cooperativas médicas podem embarcar planos odontológicos nos seus produtos;
· Uma concorrência desleal ... regulamentada pela ANS ... portando, nada de ilegal, muito pelo contrário, definido em lei !
Em outros segmentos de mercado agregar produtos desta forma é considerado “venda casada”, e é ilegal ... no caso de planos de saúde não ... assim é a lei !
Absolutamente nada contra o fato das farmácias poderem vender “guloseimas”, ou das operadoras de planos de assistência médica poderem comercializar planos odontológicos:
· Se não existe nada de ilegal ou imoral, é uma oportunidade de mercado que qualquer pessoa ou empresa que tiver competência para aproveitar ... deve fazer;
· Se o dono do mercado, do barzinho ... ou da operadora de planos exclusivamente odontológicos se sentir prejudicado, deve “batalhar” para mudar a lei ... quem sabe ter autorização para vender dipirona nos barzinhos, ou as operadoras de planos odontológicos poderem vender planos de assistência médica ... ao invés de brigar pela proibição do contrário !!!
Os gráficos ilustram que apesar desta concorrência desleal as operadoras especializadas em planos exclusivamente odontológicos conseguem “tirar água de pedra”:
· O gráfico da direita demonstra a evolução de beneficiários das duas modalidades reguladas (Cooperativa Odontológica e Odontologia de Grupo) ... mesmo em anos de sucessivas crises econômicas elas foram granjeando beneficiários ... crescendo;
· O gráfico da esquerda mostra a relação entre elas: existem menos cooperativas odontológicas do que odontologias de grupo, e proporcionalmente elas têm uma participação de mercado ainda menor;
· Neste mercado a preponderância das Odontologias de Grupo é indiscutível !
Mas isso não significa que as odontologias de grupo oferecem produtos melhores que os das cooperativas odontológicas.
A qualidade do produto pode ser medida pelo tempo médio de permanência dos beneficiários no plano:
· Se, na média, ficam mais tempo o produto é bom ... se for ruim o beneficiário troca de operadora e a média de permanência cai;
· É o “rei cliente” passando a mensagem do que gosta e do que não gosta ... do produto bom e do produto ruim;
· Em um indicador que mede o produto de forma objetiva ... sem a subjetividade própria de consumidores de um produto que são muito influenciados por “marca” e “nível de hotelaria”;
· Em saúde é complicado entregar indicadores assistenciais para o cliente analisar ... ele não possui discernimento para avaliar ... por isso se apega aos parâmetros de marca e hotelaria, que são coisas que ele consegue medir ... embora de forma subjetiva.
Olhando por esta ótica, na média, os beneficiários das cooperativas odontológicas ficam mais tempo no plano:
· E, na média, a diferença é significativa ... dois aspectos podem justificar;
· Na cooperativa odontológica os donos (dentistas cooperados) são os próprios prestadores de serviços, ou seja profissionais da odontologia, o que não necessariamente sempre ocorre nas odontologias de grupo;
· Como existem muito mais odontologias de grupo pequenas, e entre empresas pequenas existe elevada proporção de empresas que abrem e fecham em pouco tempo, a média de permanência do beneficiário naturalmente cai.
Como tudo que ocorre na saúde suplementar, a proporção de tempo de retenção dos beneficiários varia ... e muito ... quando estratificamos o indicador por unidade federativa:
· Chama a atenção de não haver proporcionalidade entre os indicadores de um ou outro tipo de operadora ... por exemplo: a UF de maior indicador de uma não é a mesma da outra ... a de menor também não;
· Sinalizando que as estratégias de marketing e os produtos entregues por elas são bem diferentes regionalmente;
· Apesar disso, na média os indicadores das cooperativas são maiores também na estratificação regional.
Mas o fato da média das cooperativas ser maior não significa que todas as cooperativas têm o indicador sempre maior que as odontologias de grupo:
· No seminário Geografia Econômica da Saúde no Brasil – Melhores Operadoras de Planos de Saúde, que será realizado no dia 7 de maio, os participantes receberão ferramentas para tabular este indicador por qualquer operadora, ou por qualquer unidade federativa, ou por qualquer município brasileiro;
· Receberão também os rankings das operadoras por Região do Brasil.
Utilizando as ferramentas do estudo e estratificando os indicadores pelas operadoras das Regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil:
· Vemos que o topo da lista alterna cooperativa odontológica em uma região e odontologia de grupo na outra;
· Reforçando a afirmação de que não é porque na média geral as cooperativas têm indicador melhor que isso signifique que sempre as cooperativas têm indicadores melhores !
O mesmo ocorre quando comparamos as Regiões Nordeste e Centro-Oeste – alternância no topo do ranking entre um e outro tipo de operadora.
E o mesmo ocorre quando comparamos a Região Sul com o Estado de São Paulo:
· Na verdade o que mais impressiona nos rankings é que não existe uma única operadora que esteja simultaneamente no topo de 2 rankings regionais;
· A competição entre as empresas que operam planos exclusivamente odontológicos é completamente diferente do tipo de competição que ocorre entre operadoras de planos de assistência médica !
Esta diversidade, esta riqueza de empresas competindo neste mercado, motivou a criação dos rankings e a realização do seminário:
· Não para “dar um prêmio” para as melhores ... como vimos existem vieses, que no seminário são ainda mais detalhados;
· Mas para dar ferramentas aos gestores destas operadoras para avaliar o nível de produto que está entregando aos seus clientes em relação às operadoras que atuam na sua área de abrangência, ou próximas da sua área de abrangência ... um instrumento de gestão;
· São ferramentas que auxiliam também as outras empresas que atuam no segmento: consultórios de odontologia, radiologias odontológicas, protéticos, fornecedores materiais, medicamentos, órteses e próteses dentárias ... Para balizar o relacionamento com as fontes pagadoras, entendendo se a interlocução deve priorizar qualidade ou preço.
Os dois parâmetros (qualidade e preço) estão na agenda das operadoras de planos exclusivamente odontológicos ... só que o mercado, a geografia econômica, obriga que uma dê mais foco em uma coisa ou outra ... é uma condição de sustentabilidade financeira !
Para quem tiver interesse em participar do seminário e receber as ferramentas que permitem tabular estes indicadores de todos os tipos de operadoras, em todas as UFs, em todos os municípios, juntamente com os rankings das melhores, informações complementares e sobre as inscrições estão na página www.gesb.net.br ou diretamente através do canal contato@escepti.com.br