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Credenciar Dentistas é Grande Desafio para Operadoras

0169 – 01/05/2021

Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

Modelo de Negócios das Operadoras com Médicos Não Adere da Mesma Forma Para Dentistas

 

(*) todos os gráficos são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil

 

Os dois gráficos demonstram o mesmo indicador:

·         A quantidade de beneficiários de planos de assistência odontológica, por dentistas que atuam na saúde suplementar;

·         No gráfico da esquerda, quanto “mais vermelho” significa maior quantidade de beneficiários por dentista;

·         No da direita, quanto maior a barra, maior a quantidade de beneficiários por dentista.

Nunca ouvimos um corretor de venda de planos odontológicos dizer: “não posso mais vender planos aqui nesta cidade porque os dentistas já estão saturados de clientes ... estão sem agenda” !

·         Isso ocorre porque a regulação da ANS não tem eficácia para limitar “overbooking”;

·         Um mesmo dentista ... um mesmo médico ... um mesmo leito ... um mesmo equipamento de tomografia ... qualquer recurso de saúde existente ... pode ser credenciado para infinitos planos de saúde.

A ANS tenta regular aplicando multas se o prazo de atendimento é longo:

·         A operadora pode continuar praticando “overbooking” eternamente;

·         Para o beneficiário ... isso não funciona !

A ANS tenta regular obrigando a operadora a ressarcir se o beneficiário de plano utiliza a rede pública de saúde:

·         O ressarcimento só é aplicado nos atendimentos da alta complexidade;

·         Com um processo falho, já é ineficaz na assistência médica;

·         E não se aplica a área odontológica, exceto nos raros procedimentos complexos do tipo Bucomaxilo;

·         Para o beneficiário ... também não funciona !

Com uma regulação que não tem eficácia:

·         O “overbooking” faz parte da rotina dos beneficiários de planos de saúde;

·         E como demonstram os gráficos, no caso da odontologia, não é privilégio das capitais dos estados !

Todos os gráficos aqui foram formatados a partir das ferramentas que serão entregues aos participantes do seminário Geografia Econômica da Saúde no Brasil – Profissionais da Saúde, que ocorrerá no próximo dia 28 de maio:

·         São ferramentas que tabulam a quantidade de profissionais de saúde (médicos, dentistas, enfermagem, fisioterapia, farmácia, nutrição, fonoaudiologia, diagnósticos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, psicólogos ... e afins) por município, e por unidade federativa;

·         As tabulações apresentam a quantidade de profissionais, e alguns indicadores adicionais. Por exemplo: enfermeiros por médico, médicos por leito ...

 

 

O CNES contabiliza algo em torno de 250 mil profissionais da área odontológica:

·         A pandemia, sem dúvida, impôs “um freio” no crescimento anual que era constante;

·         Se considerarmos somente os cirurgiões dentistas, em 2020 totalizaram 189.586, assim distribuídos segundo as especialidades:

 

 

É fácil comprovar que o modelo de remuneração das operadoras de planos de saúde não está aderindo aos dentistas da mesma forma que adere aos médicos analisando a distribuição dos dentistas:

·         Nos dois sistemas de financiamento em que é possível tabular informações demográficas (SUS e Saúde Suplementar);

·         Em cada uma das unidades federativas;

·         E proporcionalmente em relação ao volume de beneficiários de cada sistema.

 

 

Estes gráficos demonstram o cenário no SUS, considerando todos os cirurgiões dentistas:

·         O da esquerda demonstra o volume de dentistas existentes;

·         O da direita a proporção entre o número de dentistas e a população dependente SUS, ou seja, aqueles que não possuem planos odontológicos;

·         Evidentemente o da direita tem o viés de não considerar as pessoas que não têm plano de saúde, mas têm recursos para bancar os tratamentos odontológicos. O número absoluto destes não é pequeno, mas comparado com a massa populacional é ... por isso vemos tantas pessoas das classes econômicas “não tão menos favorecidas assim” sem algum(ns) dente(s), sofrendo tanto para mastigar, como para sorrir ... algo que interfere na saúde física e na mental (autoestima) !

 

 

Estes gráficos ilustram os mesmos indicadores, mas relativos à saúde suplementar:

·         O da esquerda o número absoluto de dentistas que atuam na saúde suplementar;

·         O da direita a proporção entre o número de dentistas e a parcela da população que tem plano de saúde com cobertura odontológica.

“Cruzando” os gráficos do SUS e da SS é fácil entender a questão do credenciamento:

·         Enquanto no SUS a variação do indicador é de ~2,6 vezes;

·         Na saúde suplementar a variação é de ~8,2 vezes !!!

O que mais chama atenção é que as variações na saúde suplementar:

·         Não se relacionam somente à riqueza da Unidade Federativa;

·         Não é uma tendência de cada grande região geográfica;

·         E não é exclusivamente proporcional à população;

·         ... ou seja, fatores regionais específicos “moldam” a saúde suplementar odontológica !!!

 

 

Não poderia deixar de comentar como é complexa e fantástica a gestão da saúde, e como ter gestores “bem-preparados” munidos de “indicadores adequados” é fundamental para que os serviços de saúde possam cuidar melhor da população, para que as operadoras possam entregar melhores produtos aos beneficiários ... enfim .. para que a população tenha melhor acesso à saúde:

·         Os gráficos ilustram a distribuição dos dentistas dos grupos “menos generalistas” (excluem o Cirurgião Dentista Clínico Geral e o Cirurgião Dentista da Estratégia da Saúde da Família”);

·         Representam então a soma das outras 21 especialidades;

·         O primeiro, a proporção entre dentistas SUS e a população dependente SUS;

·         O segundo, a proporção entre dentistas da SS e a população que tem plano de saúde odontológico;

·         E o terceiro a proporção entre o total de dentistas e a população geral.

Vemos como os gráficos são “pintados” de forma bem diferente do anterior:

·         Para quem não é do ramo, serve para entender que para operadoras a dificuldade não é somente “credenciar dentista”;

·         A dificuldade é credenciar Cirurgião Dentista “Endodontista” ... “Implantodontista” ... “Traumatologista Bucomaxilofacial” ... “Protesista” ...

·         É a mesma dificuldade das operadoras de assistência médica em credenciar “Cardiologista” ... “Ortopedista” ... “Dermatologista” ...

É fácil a vida do gestor de credenciamento  / redes em operadoras de planos de saúde ?

Entender onde estão os profissionais, quantos são em cada cidade ... em cada sistema de financiamento ... é fundamental para manter a sustentabilidade da empresa:

·         Para a fonte pagadora para conseguir credenciar e/ou desenvolver a rede própria;

·         Para o dentista, empreendedor por natureza, poder balizar a decisão de atuar atendendo somente particulares, ou se terá que “ceder” ao contrato com operadoras e/ou a associação a uma cooperativa odontológica ... sem avaliar a saturação da região a decisão pode ser fatal;

·         Para o protético, e todos os profissionais da retaguarda assistencial odontológica, avaliar se deve se concentrar em uma cidade específica, ou se o mercado exige expansão ... ou se existe uma oportunidade de negócios em outra cidade que ainda não tenha avaliado adequadamente;

·         E para o fornecedor de insumos para a área de odontologia acredito que nem seja necessário comentar ... mas ... avaliar o potencial de cada cidade, as necessidades de ajustes na logística de distribuição, as “campanhas” de marketing de produtos ...

Se tiver interesse em participar do seminário e obter tabulações de quantidade de dentistas e de outros profissionais da saúde por cidade e por unidade federativa, as informações complementares e sobre as inscrições estão na página  www.gesb.net.br   ou diretamente através do canal   contato@escepti.com.br