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Administradores e Gestores de Recursos Humanos na Saúde

0174 – 01/05/2021

Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

Entender a característica Multiprofissional faz a diferença na Gestão da Saúde Pública e Privada

 

(*) todos os gráficos são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil

 

Os gráficos ilustram a tabulação de recursos humanos que podemos realizar a partir do CNES de 2020:

·         Mais de 4,5 milhões de postos de trabalho na saúde, somente nos estabelecimentos que se obrigam a cadastrar no CNES;

·         Ficam fora deste número as empresas fornecedoras de insumos (produtos e serviços), como as farmacêuticas, a indústria de equipamentos e de materiais, e as prestadoras de serviços especializados ... e os serviços de saúde que não se vinculam ao SUS ou a regulação da ANS;

·         Mais de 3,5 milhões destes profissionais estão vinculados ao SUS ... mais de 1 milhão na saúde suplementar regulada pela ANS.

Todos os gráficos aqui foram formatados a partir das ferramentas que serão entregues aos participantes do seminário Geografia Econômica da Saúde no Brasil – Profissionais da Saúde, que ocorrerá no próximo dia 28 de maio:

·         São ferramentas que tabulam a quantidade de profissionais de saúde (médicos, dentistas, enfermagem, fisioterapia, farmácia, nutrição, fonoaudiologia, diagnósticos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, psicólogos ... e afins) por município, e por unidade federativa;

·         As tabulações apresentam a quantidade de profissionais, e alguns indicadores adicionais. Por exemplo: farmacêuticos per capita, enfermeiros por médico, médicos por leito ...

Como seria possível realizar a gestão da saúde pública e privada se não tivéssemos administradores ?

 

 

·         Temos quase 750.000 profissionais que atuam na retaguarda – os cargos que não estão relacionados diretamente à assistência aos pacientes;

·         Mais de 615 mil no SUS, e mais de 125 mil na SS.

Considerando somente as empresas que se obrigam ao cadastramento no CNES temos 1.368 profissões diferentes !

 

 

Somente para exemplificar:

·         Não adianta acertar no tratamento se errar na doença !

·         Toda a excelência no diagnóstico hoje estará ultrapassada daqui a pouco !

Quando entrei na área da saúde, há muito tempo, tive contato direto com algumas das pessoas mais brilhantes da área de pesquisa e diagnóstico do Brasil ... a maioria, graças a Deus, ainda entre nós ... alguns infelizmente se foram, mas fizeram parte de me deixar o legado das frases acima.

Com eles aprendi que o diagnóstico correto define o tratamento adequado, o custo reduzido do tratamento, a mitigação do risco de efeitos adversos ... é a base da qualidade da assistência.

E que pesquisa e diagnóstico são coisas absolutamente indissociáveis ... o conhecimento, a técnica, a tecnologia evolui constantemente, e o diagnóstico vai sendo aprimorado em função disso.

Para pessoas distantes do segmento quando se fala em diagnóstico vem a imagem do coletor de sangue, dos exames de imagem (RX, TC, RM) ... dos laudos dos exames ... pensam no técnico de radiologia, do médico que faz ultrassom e mais uma meia dúzia de profissionais ... mas existem uma série de profissões relacionadas aos diagnósticos !

O gráfico demonstra que, somente cadastrados no CNES em 2020:

·         Temos 58 tipos de profissionais que atuam em pesquisa e diagnóstico !!

·         E nada menos que 151.604 profissionais vinculados a estas profissões !!!

E necessitamos mais !!!

O número de pesquisadores é muito maior do que o que consta no CNES:

·         Somente os serviços de saúde se obrigam ao cadastro no CNES;

·         Institutos como a FioCruz e o Butantan, por exemplo, não necessitam cadastrar seus pesquisadores no CNES;

·         As faculdades, os centros de estudos, os fabricantes ... também não necessitam.

É muito importante desenvolver e reter estes profissionais em serviços de saúde ... e entender como se vinculam com as demais empresas do segmento:

·         Para as fontes pagadoras (SUS e Operadoras de Planos de Saúde) discernirem sobre o nível de ciência que a instituição possui na avaliação do credenciamento;

·         Para fornecedores de insumos desenvolverem parcerias para aprimoramento dos seus produtos e serviços;

·         É fácil entender ... a maioria dos hospitais especializados em cardiologia não dispõe de área de pesquisa como tem, por exemplo, o conhecido InCor ... isso faz o InCor se diferenciar em diagnóstico e técnica em relação a maioria dos demais !

A tabulação, feita com as ferramentas que serão disponibilizadas no seminário, demonstra uma  característica básica da pesquisa vinculada aos serviços de saúde:

·         Ela se desenvolve na área pública ... no SUS ... inexiste na saúde suplementar na maior parte do Brasil;

·         Praticamente tudo que o paciente utiliza no hospital de marca da saúde suplementar, foi antes testado no SUS;

·         Para incorporar algo na tabela de remuneração do SUS a área acadêmica, em projetos desenvolvidos em hospitais públicos, dá a justificativa técnica;

·         Para inserir algo no Rol da ANS ... idem.

Por isso são indissociáveis pesquisa e diagnóstico !

 

 

Os gráficos demonstram a distribuição dos profissionais de cargos de gestão (administradores, diretores e gerentes) no SUS:

·         O da esquerda a quantidade absoluta;

·         O da direita o % que este contingente de profissionais representa em relação ao total.

 

 

Estes ilustram o mesmo indicador anterior, mas referente à SS – comparando estes com os gráficos anteriores:

·         Primeiro quebramos a “fake” de que o SUS é um “cabidão de empregos” na área administrativa – o percentual relativo no SUS é menor que na SS;

·         Segundo: é evidente que a SS é mal regulada ... faz com que as empresas tenham que empenhar mais recursos humanos na retaguarda administrativa para lidar com a burocracia, encarecendo este sistema de financiamento;

·         E terceiro ... as diferenças regionais da gestão da saúde não imensas ... e quanto mais ao norte do Brasil, menor o aporte de tecnologia para “resolver” processos administrativos ... e maior o empenho de mão de obra !

Quando fiz minha primeira pós, em administração de serviços de saúde na USP, aprendi algo muito importante ... preciso comentar algo sobre o curso para explicar bem:

·         Meu grupo (o do fundão), tinha eu que era do Sírio, uma administradora do Einstein, uma administradora da Cassi, um médico gestor do Ministério da Saúde de Angola, um médico da área assistencial da Nigéria, e um farmacêutico de um hospital público – nosso grupo tinha então o apelido de “ONU” por conta dos estrangeiros;

·         Convivendo com outras as pessoas da sala, muita interação com um médico da Secretaria Estadual de Saúde, uma médica que hoje é gestora da saúde na Secretaria Municipal de Diadema, um enfermeiro gestor de uma Unidade de Saúde da Família, enfermeira auditora do São Camilo, enfermeira do Oswaldo Cruz ...

·         O trabalho de graduação era o mesmo para todos os grupos: um caso de saúde pública da região de Londrina-PR;

·         Cada grupo apresentou soluções completamente diferentes, porque a visão das pessoas não tinha como ser parecida ... quem é de operadora tem uma, quem é de hospital outra, de secretaria de saúde outra ... e assim por diante;

·         Nunca esqueço da desaprovação do coordenador do curso em relação à solução que nosso grupo deu, propondo fechar um hospital ... em um curso de gestão de serviços de saúde ... bem ... tivemos que refazer  trabalho, mesmo não concordando com o veredicto !

Menciono o evento para ilustrar o que realmente aprendi e levei para a minha carreira na área de gestão:

·         Lidar com a diversidade multidisciplinar e de negócios na saúde não é coisa simples ... mas é absolutamente fundamental, porque a diversidade multidisciplinar é que faz com que a saúde consiga se desenvolver ... consiga “sair do quadradinho”;

·         A habilidade dos administradores, especialmente na gestão de pessoas, é desafiadora ... exige firmeza de propósito.

Em um ambiente de tanta diversidade de tipos de profissionais ... tudo o que você faz ... tudo o que você propõe ... não tem como agradar a todos ... o administrador da área da saúde vive constantemente com este paradoxo ... fazer o que é certo, sabendo que danos são inevitáveis !!!

Se tiver interesse em participar do seminário e obter tabulações de quantidade de qualquer tipo de profissional que atua na área da saúde por cidade e por unidade federativa ... as informações complementares e sobre as inscrições estão na página  www.gesb.net.br   ou diretamente através do canal   contato@escepti.com.br