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Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Educação Física entre o Ronaldo e a Pandemia

0175 – 01/05/2021

Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

A Evolução do Alinhamento real da Imagem da Fisio, TO e EF na Área da Saúde no Brasil

 

(*) todos os gráficos são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil

 

Na época em que o Ronaldo Fenômeno teve sua grave contusão Fisioterapia “entrou na moda” na juventude brasileira, levando de carona terapeutas ocupacionais e educadores físicos:

·         Todos sabiam o “apelido” do fisioterapeuta que “conseguiu colocar” o fenômeno na copa;

·         Um merecido destaque para uma profissão até então pouco valorizada, acabou incentivando muitos jovens a ingressar no curso de nível superior, pensando que fisioterapia era somente aquilo;

·         Por consequência, naturalmente nos anos seguintes houve uma “inflação de profissionais”, que causou um desequilíbrio entre a oferta de postos de trabalho e o volume de profissionais que iam sendo formados.

Mas o gráfico demonstra que nos últimos anos a tendência de crescimento de postos de trabalho voltou a crescer:

·         Muito mais no SUS do que na saúde suplementar;

·         Primeiro porque na pandemia uma das especialidades da fisio foi muito mais necessária (a respiratória), e compensou a queda dos postos de trabalho da terapia ocupacional e da educação física ... e o volume de pacientes atendidos de COVID-19 no SUS é imensamente maior que na saúde suplementar;

·         E segundo porque apesar de na saúde suplementar as clínicas que atendem pacientes de convênio amargarem uma queda de movimento sem precedentes, uma vez que as pessoas abandonaram terapias e academias por medo de contaminação (além do fato do governo ter definido restrições de funcionamento para academias), esta queda foi menor do que o que se projetava.

Neste cenário, pesando os pontos favoráveis e desfavoráveis:

·         Na média houve crescimento;

·         E no CNES contabilizamos quase 150 mil postos de trabalho ... ~100 mil no SUS e ~44 mil na saúde suplementar;

·         E não podemos esquecer que existe uma infinidade de profissionais que não estão no CNES – não só os “personal trainers” que atendem particulares, mas todas as clínicas de fisioterapia e reabilitação que não atendem convênios e não tem obrigações de cadastro em função de credenciamento ... não sabemos quantos estes são, mas certamente algumas dezenas de milhares !

 

 

A tabela e todos os gráficos aqui foram formatados a partir das ferramentas que serão entregues aos participantes do seminário Geografia Econômica da Saúde no Brasil – Profissionais da Saúde, que ocorrerá no próximo dia 28 de maio:

·         São ferramentas que tabulam a quantidade de profissionais de saúde (médicos, dentistas, enfermagem, fisioterapia, farmácia, nutrição, fonoaudiologia, diagnósticos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, psicólogos ... e afins) por município, e por unidade federativa;

·         As tabulações apresentam a quantidade de profissionais, e alguns indicadores adicionais. Por exemplo: farmacêuticos per capita, enfermeiros por médico, médicos por leito ...

Os dados ilustram que o segmento “adquiriu musculatura” mas ainda é muito carente em relação à necessidade que a área da saúde exige para melhorar o acesso da população às terapias, e os ajustes necessários variam muito geograficamente.

 

 

Os gráficos ilustram o cenário no SUS:

·         O da esquerda é a distribuição dos profissionais que atuam no SUS;

·         O da direita a proporção entre estes profissionais e a população dependente SUS (os que não possuem plano de saúde);

·         Mesmo sendo SUS, que tem obrigação de dispor os recursos proporcionalmente à população, a variação entre a UF menos favorecida (AM) e a mais favorecida (AL) é de ~3 vezes ... muita coisa quando falamos de SUS !

 

 

Ao analisar os gráficos em relação à saúde suplementar o cenário é ainda mais dramático:

·         O da esquerda com o volume de profissionais que atuam na saúde suplementar;

·         O da direita a relação entre estes profissionais e os beneficiários de planos de saúde;

·         A variação entre a UF menos favorecida (AM) e a mais favorecida (RO) é de mais de 6 vezes ... o dobro da variação do SUS.

 

 

Analisando os dados estratificados por cidade, utilizando as ferramentas que serão distribuídas no seminário, fica muito claro que existem “desertos” com escassez de profissionais em regiões onde, não por coincidência, é menor a oferta de cursos de nível superior destas especialidades:

·         No mapa, onde está “mais vermelho” existem proporcionalmente mais Fisio, TO e EF para a população;

·         Quanto “mais azul” maior e escassez ... pior o acesso da população a estes profissionais.

Desde o “evento Ronaldo fenômeno” até hoje muita coisa mudou:

·         Atualmente as pessoas que se inscrevem em cursos de fisioterapia tem mais acesso à informação;

·         Não vão se decepcionar ao se formarem descobrindo que o mercado de trabalho está longe dos “atletas de alto nível”, das poucas pessoas das mais altas classes econômicas em “luxuosas residências e academias” ...

·         Hoje sabem que o mercado mais promissor é dentro de uma UTI, ou fazendo terapias em clínicas particulares que atendem convênios, que estão longe de pagar o que paga por sessão o que pode pagar um “Ronaldo fenômeno”;

·         Os que investem na carreira de TO sabem que a atuação na reabilitação pós cirúrgica ortopédica não é o único mercado que existe ... vai desde o auxílio às pessoas com problemas congênitos, até transtornos mentais;

·         E os que investem na educação física sabem que o mercado “personal trainer” é muito menor do que o das academias da saúde, que incluem manter a qualidade de vida dos idosos, em uma população “cada vez mais velha”.

Ou seja ... a carreira não é mais “glamour” ... e nem por isso é menos necessária, muito pelo contrário !

Hoje os jovens têm informação que não tinham antes para ingressar nestas carreiras tão importantes ... só quem já teve a oportunidade de atuar profissionalmente em hospitais e clinicas que têm serviços destas especialidades bem estruturados já teve a Graça Divina de “se emocionar’ ao ver:

·         Um paciente que estava com a perna literalmente atrofiada voltar a andar;

·         Uma mão reconstruída voltar a segurar uma bolsa;

·         Uma pessoa que sentia dores na coluna agradecer por deixar de tomar medicação para a dor;

·         Um dependente ocupando a cabeça com atividades que fazem esquecer as drogas;

·         Uma pessoa emagrecer sem tomar medicamentos e com qualidade de vida;

·         Um paciente desintubado voltando a respirar ...

... eventos que marcam tanto a vida destes profissionais “como dos penetras como eu” que têm a oportunidade de presenciar !

É importante conhecer onde faltam estes profissionais mesmo nas empresas que não são as fontes pagadoras:

·         Para os profissionais nem é preciso comentar ... dá visibilidade sobre o campo de  trabalho mais promissor;

·         Para os serviços de saúde avaliarem como a concorrência está se equipando para melhorar a qualidade de vida dos seus clientes;

·         E evidentemente para os fornecedores de insumos das especialidades mapearem onde estão as oportunidades de negócios reais !

Se tiver interesse em participar do seminário e obter tabulações de quantidade de fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais , educadores físicos e afins, e de outros profissionais da saúde por cidade e por unidade federativa ... as informações complementares e sobre as inscrições estão na página  www.gesb.net.br   ou diretamente através do canal   contato@escepti.com.br