 |
 |
||
Fonoaudiologia no Brasil Ainda é Coisa para Ricos
0177 – 01/05/2021
Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil
SUS não Abrange Fonoaudiologia da Mesma Forma que as Outras Especialidades Assistenciais
(*) todos os gráficos são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil
· São ferramentas que tabulam a quantidade de profissionais de saúde (médicos, dentistas, enfermagem, fisioterapia, farmácia, nutrição, fonoaudiologia, diagnósticos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, psicólogos ... e afins) por município, e por unidade federativa;
· As tabulações apresentam a quantidade de profissionais, e alguns indicadores adicionais. Por exemplo: farmacêuticos per capita, enfermeiros por médico, médicos por leito ...
Os dados representam a relação entre o volume de profissionais da fonoaudiologia que atuam no SUS em relação aos que atuam na Saúde Suplementar:
· Não existe outra categoria profissional assistencial onde a relação é tão baixa;
· Na média geral não chegam a 2 profissionais no SUS por profissional na saúde suplementar;
· Somente como exemplo, a relação na enfermagem é de 6,1 profissionais no SUS para cada 1 na saúde suplementar !
Vamos lembrar que para cada 1 pessoa que tem plano de saúde, existem quase ~4,5 que dependem exclusivamente do SUS, ou seja, qualquer indicador menor que 4,5 já sinalizaria que o acesso aos fonos no SUS é mais restrito que na saúde suplementar ... no Brasil fonoaudiologia ainda é muito mais acessível para as camadas que tem maior capacidade econômica !
Os gráficos dão um panorama geral da especialidade:
· O da esquerda demonstra a evolução do volume de profissionais no SUS e na Saúde Suplementar, demonstrando que nos últimos anos a tendência foi de crescimento, mesmo em um período de crise econômica e pandemia;
· O da direita ilustra a evolução %, apenas para ressaltar que não houve crescimento da fono da saúde suplementar na pandemia – houve queda de 2,4 %. Mas é de se convir que em um ano onde os pacientes fugiram das terapias por medo de contaminação o estrago foi menor do que poderia ser esperado.
Mesmo com a queda na SS entre 2019 e 2020, mesmo entendendo que durante 2021 o fenômeno poderá se repetir uma vez que o Brasil não agiu com inteligência no enfrentamento da pandemia, para modificar a relação entre SUS e Saúde Suplementar neste ritmo, vamos demorar décadas para que a especialidade tenha proporção similar as das outras !
Ou seja, nada indica uma mudança no cenário ... mantendo maior acesso para quem tem recursos financeiros nos próximos anos ... precisamos mudar isso e dar mais acesso à fono para beneficiários do SUS !
Os gráficos resumem bem o cenário:
· O da esquerda demonstra a relação entre a quantidade de fonoaudiólogos que trabalham no SUS e a população dependente SUS (os que não têm plano de saúde);
· O da direita a relação entre os fonoaudiólogos que trabalham na saúde suplementar e os beneficiários de planos de saúde;
· Vemos que a UF que tem menor indicador na SS (AM – 0,15) tem 2,5 vezes mais fonos por beneficiário do que a UF que tem menor indicador no SUS (PA – 0,06);
· E que a UF que tem maior indicador na SS (AC – 0,59) tem quase 4 vezes mais fonos por beneficiário do que a UF que tem maior indicador no SUS (SP – 0,17);
· São indicadores que não deixam margem para dúvidas do quanto fono deve evoluir no SUS !
E vale encerrar comentando que a especialização na fono ainda está em desenvolvimento ... a relação entre o volume de “fonos gerais” e “fonos especializados”, quando comparado com outras profissões assistenciais, ainda é muito grande ... mesmo para um leigo é possível avaliar que existe “muito campo” para desenvolvimento.
Se tiver interesse em participar do seminário e obter tabulações de quantidade de fonoaudiólogos e de outros profissionais da saúde por cidade e por unidade federativa ... as informações complementares e sobre as inscrições estão na página www.gesb.net.br ou diretamente através do canal contato@escepti.com.br