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Endoscopia do Norte ao Sul do Brasil

0179 – 14/05/2021

Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

A Modalidade se Adapta ao Mercado, ou o Mercado Adapta a Modalidade ?

 

(*) todos os gráficos são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil

 

Os gráficos ilustram um cenário, no mínimo, emblemático:

·         O da esquerda demonstra a quantidade de endoscópios por 1.000 habitantes

·         O da direita o valor médio pago na Saúde Suplementar pelo exame Endoscopia Digestiva Alta;

·         É indiscutível que mais ao Sul do Brasil existe maior oferta de acesso (proporcionalmente mais equipamentos) e menores preços médios;

·         Vale notar algumas exceções, mas na média a regra vale ... e bem !

Isso não ocorre em todas as modalidades de exames:

·         Mas especificamente no caso desta, existem alguns estudos que relacionam doenças da especialidade Gastro aos hábitos alimentares comuns dos estados da Região Sul;

·         De qualquer forma, a quantidade de equipamentos proporcional à população ser 5 vezes maior em UFs do Sul que nas UFs do Norte parece ser meio exagerada ... pelo menos para “um não profissional da área assistencial”, como eu.

O fato é que se existe oportunidade de investimento em algo na medicina, é nesta modalidade, mais ao norte do Brasil:

·         É certo que no MT e em RR a diferença de preço médio é “aviltante” comparada ao restante do país;

·         Mas em UF’s onde a proporção de equipamentos é infinitamente menor, é evidente que o acesso da população que necessita do recurso está muito prejudicada ... existe demanda reprimida !

Os gráficos foram construídos a partir das ferramentas que serão disponibilizadas aos participantes do seminário Mercado de Diagnósticos – Precificação e Equipamentos, que será realizado no dia 11 de junho próximo, que tabulam preços médios de 613 exames de diagnóstico por Unidade Federativa, e a quantidade de equipamentos de exames das modalidades por cada município brasileiro.

 

 

A variação da quantidade absoluta de equipamentos existentes é enorme:

·         Entre SP e a UF de menor quantidade é de 180 vezes !

·         Mesmo que a demanda não seja tão proporcional à população, fica meio evidente que deve existir “um turismo da saúde endoscópica”, ou seja, deve existir uma razoável quantidade de pessoas que se desloca para SP para realizar procedimentos endoscópios por falta do recurso na sua própria região.

 

 

A lei da oferta e da procura é implacável:

·         O gráfico ilustra o mesmo indicador de preço médio da primeira ilustração de forma diferente, realçando as variações regionais;

·         Este fato é comumente discutido nos cursos de pacotes que sinalizam para o erro que as operadoras cometem ao não “customizar” as propostas regionalmente, da mesma forma que hospitais e clínicas não “olham para o próprio quintal” para avaliar as propostas das operadoras. Os cursos estão com inscrições abertas: para a turma de hospitais (dias 14 e 15) e operadoras (21 e 22);

·         Não é viável que as propostas de pacotes que incluem procedimentos cujo valor seja tão variável regionalmente não considerem uma condição de mercado tão evidente !

É evidente que não se associa somente aos pacotes:

·         Se falarmos sobre modelos de remuneração alternativos ao fee for service, como discutimos no curso que está com inscrições abertas para os dias 23 e 30 de junho próximo, a questão é a mesma;

·         Todos vimos em algum momento estudos de projetos de remuneração baseados em valor que projetam redução de custos nos médio e longo prazos com cenários de uma determinada região, sem qualquer menção ao ponto de atenção que o estudo pode trazer resultado totalmente oposto se utilizados parâmetros de custos e preços de outra região !

·         Como se os parâmetros de custos e preços não variassem no Brasil ... ao contrário do que apuramos em qualquer tabulação de preços que fazemos ... como esta da endoscopia !!

 

 

Na verdade, especificamente este exame tem uma característica que afeta um ciclo de relacionamento muito controverso:

·         O ressarcimento das operadoras ao SUS;

·         A motivação para a exigência do ressarcimento é que pode ser mais barato para a operadora pagar o ressarcimento do que disponibilizar rede de atendimento aos seus beneficiários;

·         Mas se observar o valor médio Brasil pago pelas operadoras, e comparar com o valor da tabela SIGTAP, mesmo aplicando os 50 % de taxa contestável que a regulação impõe, sinaliza que é mais caro pagar o ressarcimento do que o serviço de saúde credenciado !

·         Este tema é parte do curso que discute como as operadoras devem recursar o ressarcimento ao SUS que está com inscrições abertas para a turma dos dias 28 e 29 de junho próximo;

·         É evidente que a regulação que define “uma taxa” fixa para todos os procedimentos em qualquer localidade do Brasil é absolutamente inadequada !

 

 

O gráfico demonstra que existe expansão da modalidade:

·         Em menos de 5 anos o volume cresceu mais de 17 %;

·         Mas o crescimento não é maior nas regiões menos desprovidas ... é “meio que” proporcional demonstrando que não existe tendência de mudança de cenário;

·         Ou seja ... a oportunidade de expansão mais ao norte do Brasil existe, e não há sinalização de que haja risco aos empreendedores por algum tempo !!!

Se tiver interesse em participar do seminário do dia 11 de junho, as informações estão na página   www.gesb.net.br 

Se tiver interesse em participar de algum dos cursos sobre precificação, pacotes, ressarcimento ao SUS ou Modelos de Remuneração Alternativos ao Fee for Service (Compartilhamento de Riscos e Remuneração Baseada em Valor), as informações estão na página   www.jgs.net.br 

... ou diretamente através do canal   contato@escepti.com.br  !

 

Sobre o autor Enio Jorge Salu

Histórico Acadêmico

·  Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo

·  Pós-graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo

·  Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas

·  Professor em Turmas de Pós-graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta

·  Coordenador Adjunto do Curso de Pós-graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed

Histórico Profissional

·  CEO da Escepti Consultoria e Treinamento

·  Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas

·  Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

·  CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa

·  Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação

·  Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas

·  Associado NCMA – National Contract Management Association

·  Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

·  Autor de 12 livros pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e Edições Própria

·  Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado