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Banalização da Tecnologia Influencia Preços de Exames de Ultrassom

0180 – 14/05/2021

Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

A Relação Entre a Evolução da Tecnologia e os Preços na Área da Saúde

 

Gráfico, Gráfico de barras

Descrição gerada automaticamente

(*) todos os gráficos são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil

 

Existem várias tecnologias aplicadas na área de diagnósticos ... dividida em grupos chamamos de Análises Clínicas, Métodos Gráficos e “Por Imagens”:

·         As tecnologias mais simples para produção de imagens são a radiologia convencional e ultrassom;

·         A radiologia, como envolve o uso de materiais radioativos, se reveste de cuidados que restringem sua produção em equipamentos mais simples;

·         Já a que utiliza ultrassom foi se banalizando ao longo do tempo pelo baixíssimo risco, e os equipamentos que produzem as ondas ficando cada vez mais baratos, e sendo utilizados em diversas aplicações na área da saúde, desde diagnósticos, passando por tratamentos em fisioterapia, até classificação de células ... entre outras !!!

E as regras universais do mundo dos negócios não são diferentes na área da saúde:

·         Quanto mais a tecnologia vai ficando acessível ... menor o custo;

·         Quanto menor o custo ... maior a quantidade de pessoas / empresas que investem na produção dos serviços para o mercado;

·         Quanto maior a oferta de serviços ... menor o preço.

O gráfico ilustra a relação de preços de um dos exames realizados na modalidade ultrassonografia mais demandados pela área da saúde:

·         US - Abdome total (abdome superior, rins, bexiga, aorta, veia cava inferior e adrenais);

·         No SUS (Código SIGTAP = 205020046) o preço pago pelo exame é R$ 37,95;

·         Na Saúde Suplementar (Código TUSS = 40901122) o preço médio pago tabulando informações em todo o Brasil é de R$ 67,35.

Como a tabela do SUS está sem reajuste de preços “há séculos”, o que explica que a relação entre o preço pago pelos convênios atualmente ser menos que o dobro do pago pela saúde pública é a redução de custos que permite aos serviços ofertar o exame por um preço “impensavelmente” menor do que era há 10 anos atrás ... a proporção entre o preço do SUS e da SS caiu assustadoramente !

Ferramentas para tabular preços médios de 613 exames diagnósticos diferentes na saúde suplementar em cada Unidade Federativa, e a quantidade de equipamentos de diagnósticos existentes em cada Município serão distribuídas aos participantes do seminário Mercado de Diagnósticos – Precificação e Equipamentos, que será realizado no dia 11 de junho próximo.

 

Gráfico, Gráfico de barras

Descrição gerada automaticamente

 

Na iniciativa privada quando o governo não intervém ... na verdade quando não atrapalha, porque toda vez que o governo tenta regular preço de qualquer coisa o resultado acaba servindo apenas para favorecer algum tipo de cartel ... os preços médios variam regionalmente:

·         Porque preço não se relaciona apenas com a banalização da tecnologia – o procedimento exige empenho de mão de obra, e não existe mão de obra especializada disponível da mesma forma em “todos os cantos” do Brasil;

·         E porque a banalização da tecnologia não ocorre da mesma forma em todo o território nacional – existem mais ou menos empreendedores em cada região, e a oferta da tecnologia depende fundamentalmente da vontade de alguém querer correr o risco do negócio ... qualquer negócio tem seus riscos, e os riscos variam em função de uma série de fatores regionais.

O gráfico evidencia que fatores comerciais regionais são muito diferentes:

·         Entre os maiores valores médios estão o DF e o RR – duas unidades federativas que não têm nada a ver uma com a outra em função do tamanho, PIB e população;

·         E entre os menores PI e PR, que também não primam por qualquer tipo de semelhança geoeconômica !

Por isso é tão importante, ao precificar, entender o custo da realização dos exames no próprio serviço que realiza:

·         Os serviços de saúde não são iguais ... estão permeados de custos muito diferentes;

·         Discutimos isso com detalhes no curso de análise de custos e preços em centros de diagnósticos por imagem, que inclusive tem uma turma com inscrições abertas para os dias 17 e 18 de junho próximo;

·         O gestor do serviço deve se munir de uma ferramenta simples que permita avaliar rapidamente o custo ... que permita rapidamente avaliar a variação de custo por alguma mudança organizacional ou de mercado ... precisa de agilidade para responder com rapidez aos movimentos que a oferta e a demanda pressionam os preços da região.

 

 

As variações regionais de preços de exames têm peso fundamental:

·         No desenvolvimento de pacotes – tanto na definição por parte da operadora como na avaliação da viabilidade por parte de hospitais clínicas e centros de diagnósticos. Discutimos isso nos cursos, que inclusive estão com inscrições abertas – o para hospitais e clinicas nos dias 14 e 15 de junho próximo, e o para convênios nos dias 21 e 22 de junho próximo;

·         No ressarcimento das operadoras ao SUS. Veja que 1,5 * R$ 37,95 = R$ 56,92. Este valor de ressarcimento é maior que o menor preço médio pago por convênios (R$ 56,08);

·         Como isso se refere ao preço médio, e a variação regional é grande, pode ser interessante ou não para a operadora fugir do ressarcimento, ou “se abraçar a ele”. Discutimos isso no curso como as operadoras devem avaliar o ressarcimento ao SUS que está com inscrições abertas nos dias 28 e 29 de junho próximo;

·         Na análise de projetos de modelos de remuneração alternativos ao fee for service. Não se pode utilizar o mesmo parâmetro de proposição em regiões o onde o preço médio de mercado é tão diferente. Discutimos isso no curso sobre modelos (compartilhamento de riscos e remuneração baseada em valor) que está com inscrições abertas nos dias 23 e 30 de junho próximo.

Para introduzir estas discussões podemos observar os gráficos:

·         O da esquerda ilustra a variação do preço médio deste exame (US Abdome Total) em cada UF;

·         O de cima ilustra a distribuição do volume de equipamentos de ultrassom existentes;

·         O de baixo ilustra a distribuição do volume de equipamentos de ultrassom por 1.000 habitantes.

O preço não está diretamente relacionado a quantidade existente, nem diretamente relacionado à distribuição per capita:

·         Se existe equipamento em uso, é porque existe fonte pagadora que compra ... evidentemente ... e existe margem de lucro, caso contrário o serviço não estaria oferecendo o produto;

·         Mas a existência de mais equipamentos, mesmo per capita, não é o único fator regulador dos preços. Outros fatores que passam pelo custo da mão de obra, passam pela carga tributária da região, passam pelo custo dos demais insumos para realização dos exames na região, passam pelo nível de hotelaria que a cultura de cada região exige ... ou seja ... passam pela comunhão de parâmetros que compõem o custo real de realização do exame, e que variam de região para região.

 

 

Uma coisa é certa ...

·         ... mesmo com a queda dos preços ...

·         ... é tão barato equipar um serviço de ultrassom atualmente “comparado com antigamente” ...

·         ... o custo para manutenção do serviço é tão menor proporcionalmente que antes ...

·         ... que o negócio ultrassonografia ainda continua sendo rentável !!!

Se não fosse rentável não teríamos o que demonstra o gráfico:

·         É a evolução anual da quantidade de equipamentos de ultrassom em uso no Brasil;

·         Mesmo em anos de grave crise econômica ... mesmo no ano da pior crise sanitária que o Brasil já passou;

·         O crescimento é significativo !

E como é fantástica a gestão de negócios na saúde:

·         O gestor da precificação na saúde tem que ter “dois olhos muito bons” e ao mesmo tempo: “um vigiando o peixe e outro vigiando o gato”;

·         Conhecer tão bem o processo de realização do procedimento (produção) quanto o que o mercado está disposto a pagar pelo produto em função da concorrência ... muito diferente do comércio comum que simplesmente compra e revende produtos que chegam prontos;

·         Algo fascinante para quem gosta de desafios !

Se tiver interesse em participar do seminário do dia 11 de junho, as informações estão na página   www.gesb.net.br 

Se tiver interesse em participar de algum dos cursos sobre precificação, pacotes, ressarcimento ao SUS ou Modelos de Remuneração Alternativos ao Fee for Service (Compartilhamento de Riscos e Remuneração Baseada em Valor), as informações estão na página   www.jgs.net.br 

... ou diretamente através do canal   contato@escepti.com.br  !

 

Sobre o autor Enio Jorge Salu

Histórico Acadêmico

·  Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo

·  Pós-graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo

·  Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas

·  Professor em Turmas de Pós-graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta

·  Coordenador Adjunto do Curso de Pós-graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed

Histórico Profissional

·  CEO da Escepti Consultoria e Treinamento

·  Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas

·  Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

·  CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa

·  Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação

·  Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas

·  Associado NCMA – National Contract Management Association

·  Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

·  Autor de 12 livros pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e Edições Própria

·  Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado