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Realidade dos Pacotes Ainda Muito Distante do que Poderia Ser

0184 – 14/05/2021

Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

Sem Entender o Significado das Contas para os Serviços de Saúde, Operadoras não Evoluem nos Projetos de Pacotes

 

(*) todos os gráficos são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil

 

A figura ilustra a relação entre o valor total das contas do tipo pacote e as contas abertas, na internação:

·         Há anos na pauta dos gestores das operadoras, a realidade demonstra que os pacotes não evoluem como poderiam;

·         Os projetos continuam sendo baseados na média geral das contas por procedimento ... apesar de ser evidente que isso não tem como aderir;

·         Costumamos enfatizar nos cursos de pacotes para operadoras a necessidade de flexibilizar a proposta, estratificando o que compõe a conta. Uma turma deste curso, inclusive, está com inscrições abertas para os dias 21 e 22 de junho próximo.

A principal diferença entre as visões que operadoras e serviços de saúde têm dos pacotes é o conhecimento da utilidade da conta para o serviço de saúde:

·         Enquanto para a operadora se resume em um item de custo;

·         Para o serviço de saúde não é somente o instrumento de cobrança pelos serviços prestados. Ela tem algumas outras utilidades relacionadas a controles internos que se a proposta da operadora inviabilizar, o serviço não tem como dar encaminhamento na negociação;

·          Costumamos discutir isso nos cursos de pacotes para hospitais, clínicas e centros de diagnósticos. Uma turma deste curso também está com inscrições abertas para os dias 14 e 15 de junho próximo.

Com este cenário, o resultado é o ilustrado pelo gráfico:

·         A participação dos pacotes em valor é pequena, e muito diferente em cada região do Brasil;

·         E se fosse contabilizado o volume de eventos, e não pelo valor das contas, a participação é ainda menor ... irrisória ... porque um outro erro das operadoras é dar foco nas contas de maior valor médio, e não nas contas de maior frequência, que podem apresentar menor resultado unitário, mas acabam apresentando resultado muito maior  em relação ao total da sinistralidade.

 

 

Ilustrar a dificuldade é mais fácil quando avaliamos os pacotes ambulatoriais:

·         Em ambiente ambulatorial os procedimentos são muito mais padronizados, sugerindo que os pacotes possam ser mais aderentes;

·         Mas os gráficos demonstram que, na média, no Brasil, apenas 2,4 % dos eventos ambulatoriais são apresentados em contas do tipo pacote;

·         E estes 2,4 % representam apenas 7,6 % do valor total dos eventos.

 

 

Estratificando por Unidade Federativa temos uma grande diferença entre São Paulo e as demais UFs:

·         Mas se deve ao viés de que redes próprias de operadoras de algumas modalidades operam com outras marcas, mas são da mesma mantenedora;

·         Mesmo distorcendo o indicador, é de se concluir que o indicador é muito baixo, em se tratando de procedimentos ambulatoriais.

 

 

Retirando SP, é possível observar melhor a variação entre as UF’s que possuem menor influência deste viés.

 

 

 

Para “sacramentar” a análise, basta observar o mesmo indicador ambulatorial para procedimentos odontológicos, que são ainda mais padronizados que os da área médica:

·         A participação dos pacotes é muito pequena;

·         E como não existe o viés dos prestadores de serviços da mesma mantenedora, a variação é relativamente menor, e mais distribuída em todo o território nacional !

Existem outros indicadores para entender a dificuldade de progresso na adoção dos pacotes:

·         No dia 11 de junho, por exemplo, no seminário Mercado de Diagnósticos – Precificação e Equipamentos, serão disponibilizadas ferramentas que tabulam preços 613 exames de diagnóstico por Unidade Federativa, e a quantidade de equipamentos de exames por cada município brasileiro;

·         A lei da oferta e da procura define variações regionais de preços que influenciam diretamente na definição e adesão aos pacotes.

E lembrar pacotes são propostas de modificação da relação comercial entre fontes pagadoras e serviços de saúde muito mais simples do que modelos de remuneração alternativos ao fee for service:

·         Se a discussão de pacotes está na agenda há anos e os indicadores demonstram o progresso extremamente lento, a discussão de modelos alternativos de remuneração que exigem relações de parceria mais fortes, e relações comerciais muito mais complexas, será muito mais longa, e o resultado tende a ser extremamente menor;

·         Discutimos isso no curso sobre modelos de remuneração alternativos ao fee for service (compartilhamento de riscos e remuneração baseada em valor) que está com inscrições abertas e será realizado nos dias 23 e 30 de junho próximo.

Se tiver interesse em participar do seminário do dia 11 de junho, as informações estão na página   www.gesb.net.br 

Se tiver interesse em participar de algum dos cursos sobre precificação, pacotes, ressarcimento ao SUS ou Modelos de Remuneração Alternativos ao Fee for Service (Compartilhamento de Riscos e Remuneração Baseada em Valor), as informações estão na página   www.jgs.net.br 

... ou diretamente através do canal   contato@escepti.com.br  !

 

Sobre o autor Enio Jorge Salu

Histórico Acadêmico

·  Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo

·  Pós-graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo

·  Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas

·  Professor em Turmas de Pós-graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta

·  Coordenador Adjunto do Curso de Pós-graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed

Histórico Profissional

·  CEO da Escepti Consultoria e Treinamento

·  Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas

·  Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

·  CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa

·  Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação

·  Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas

·  Associado NCMA – National Contract Management Association

·  Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

·  Autor de 12 livros pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e Edições Própria

·  Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado