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Operar Planos de Saúde no Brasil - Um dos Melhores Negócios do Mundo

0207 – 01/08/2021

Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

Mas o Pós Pandemia Deve Acirrar a Competição E Exigir Muita Habilidade dos Gestores de Rede e de Custos

 

(*) todos os gráficos e tabelas são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil

 

Três coisas são importantíssimas para iniciar:

·         Se estiver esperando crítica às operadoras ... à margem de lucro de quem atua no segmento da saúde ... não perca seu tempo lendo ... este texto enaltece o profissionalismo das que, dentro da lei, não fazem nada de imoral ou antiético ... aproveitam a oportunidade que a regulação da ANS define ... e permite;

·         Operadoras são muito diferentes ... estão no mercado por razões muito diferentes ... a discussão procura levar em conta ao máximo os parâmetros que diferenciam umas das outras ... antecipadamente peço perdão se alguma análise deixar isso de forma subliminar ... espero que não;

·         Para que o conteúdo não seja fragmentado e utilizado fora do contexto, vou me permitir não identificar nominalmente qualquer operadora ... estamos vivendo uma época em que a utilização criminosa de informações é a regra ... fragmentos de textos “coalham” as redes sociais denegrindo a imagem de empresas e pessoas, e um público desavisado ou mal-intencionado se farta deles “sem nenhuma cerimônia” !

Isso posto ... o gráfico ilustra a evolução % das despesas sobre as receitas das operadoras de planos de assistência médica:

·         Demonstra claramente o avanço da profissionalização das operadoras;

·         É fato que a pandemia ajudou muito as operadoras, mas o gráfico demonstra que esta evolução já ocorria antes do COVID-19;

·         Em 2020, é claro, foi o limiar do sucesso da série, e é esperado que este cenário até se mantenha em 2021 ... ano em que “as lambanças” da gestão pública da pandemia se intensificaram.

Se estratificássemos por tipo (modalidade) de operadoras o gráfico não seria o mesmo:

·         Autogestões, por exemplo, não vinham bem antes da pandemia ... em 2020 se redimiram;

·         O gráfico geral é bom, considerando esta diferença, porque seguradoras e medicinas de grupo, principalmente, na média já vinham obtendo resultados excelentes.

 

 

O trabalho delas se concentra na redução de todas as despesas (assistenciais, administrativas, comerciais e outras):

·         As instituições que se posicionam como intermediadoras do financiamento da saúde têm resultado melhor;

·         As que tentam passar a imagem, ou tentam se posicionar realmente como empresas de saúde, que provêm saude aos beneficiários, têm mais dificuldade de equilibrar sua sustentabilidade financeira.

Esse é um ponto muito discutível  e criticado na regulação da ANS:

·         O fato ... a realidade ... é que as operadoras de planos de saúde não são empresas de saúde ... são empresas que captam recursos antecipadamente, e dentro de um risco calculado (cada vez mais bem calculado pelas suas estruturas atuariais) paga pelos tratamentos prestados pelo serviço de saúde;

·         Na prática, em raríssimos casos ... raríssimos dentro dos raríssimos ... uma operadora planeja a atenção da saúde do beneficiário ... na verdade elas vão financiando o pagamento dos eventos, e se o beneficiário se torna um risco particular em potencial, “gruda” alguma estrutura para reduzir o risco ... o risco financeiro que põe em risco a sua existência;

·         Ao tentar inserir qualidade assistencial ... financiar modelos de remuneração ... patrocinar eventos que abordam estes temas ... a ANS, primeiro não muda uma realidade que não vai mudar nunca ... segundo insere no sistema de financiamento controles cujo custo acaba sendo repassado para a empresa que contrata planos de saúde, para o beneficiário de planos individuais ... e terceiro, gasta o dinheiro do contribuinte com ações que não dão nenhum resultado efetivo !

O gráfico ilustra a relação % entre as despesas assistenciais e a receita captada pelas operadoras junto às empresas contratantes e os beneficiários:

·         Além de demonstrar que a tendência é sempre de queda no gasto assistencial, que é o que está diretamente associado à qualidade da assistência ... ano após ano;

·         Ainda demonstra que em 2020 a redução foi acentuadíssima ... ressaltando o impacto da pandemia na saúde privada ... o que ocorreu e ocorre também na saúde pública, diga-se de passagem !

·         E considerando que são empresas que atuam no risco, que é a sinistralidade medida pelas despesas assistenciais, ninguém pode discordar que se elas estão reduzindo proporcionalmente justamente o risco, estão evoluindo profissionalmente ... estão de parabéns !

 

 

 

O gráfico ilustra a evolução do resultado geral das operadoras:

·         A linha azul ilustra a evolução do ticket médio da receita, que é obtido dividindo o que elas arrecadam pela quantidade de beneficiários que têm. Perceba que em todos os anos até 2020 houve aumento;

·         A linha laranja ilustra a evolução do ticket médio de despesa, que é obtido dividindo o total das suas despesas pela quantidade de beneficiários que têm. Perceba que entre 2019 e 2020, pela primeira vez na história, houve queda !

·         Repare na desproporção da relação entre as linhas em 2020 ... baseado na sinistralidade de 2019 (que era mais elevada) foi aplicado o reajuste que resultou no ponto azul em 2020 ... mas a sinistralidade de 2020 (ponto laranja) reduziu muito mais proporcionalmente que a redução do ticket médio;

·         E assim, 2020 se tornou o melhor ano da história para as operadoras de planos de saúde.

 

 

O cálculo demonstra a evolução geral % do resultado das operadoras do gráfico anterior:

·         É o cálculo do % que representa a diferença entre a soma das receitas menos a soma das despesas;

·         Ano após ano vem crescendo ... e em 2020 foi absolutamente fantástico !

 

 

O gráfico ilustra bem o que aconteceu nos últimos anos:

·         A inflação da saúde para as operadoras vinha reduzindo (linha laranja), enquanto a rentabilidade vinha aumentando;

·         Em 2020 tivemos deflação ... o resultado foi “lá nas nuvens” !

Mas as operadoras mais atentas já estão “jogando uma âncora lá no pós pandemia” e se planejando:

·         Em 2021 o descompasso entre a sinistralidade que foi a base do reajuste e as receitas já começa a ser medido ... e o cenário já não é o mesmo de 2020;

·         E a projeção para 2022 é sinistra, com o perdão do trocadilho;

·         Um cenário de retomada da produção ... vamos ter que fazer andar a fila de tudo que ficou represado ... tudo que era eletivo e foi “deixado debaixo do tapete” !

Quem ainda não colocou isso na agenda do planejamento vai colocar a sustentabilidade da operadora em risco ... “vai pagar caro” !

Tirando as autogestões e filantrópicas, vamos assistir uma “briga acirradíssima” entre as demais:

·         O mercado ... o volume de beneficiários ... ainda deve ficar meio que estagnado durante alguns anos, até a economia informal retomar seu “prumo”, que provavelmente só ocorrerá mesmo 1 ano após as próximas eleições ... antes disso, tudo o que vamos ver serão “números politizados” ... não muito confiáveis;

·         Haverá, como ocorreu nos últimos anos, uma variação muito discreta no número de beneficiários de planos de saúde ... um pouco para cima, um pouco para baixo ... nada significativo;

·         Então as Seguradoras, Medicinas de Grupo e Cooperativas só têm uma alternativa: agir com o máximo de agressividade comercial possível para tirar o cliente da outra;

·         Como as Cooperativas têm um “modus operandi” muito particular em relação às práticas comerciais ... uma linha de comando que se alterna periodicamente ... e uma preocupação com a marca permeada em diversas instituições que na prática impedem ações de marketing e comercial menos tradicionais ...

·         A tendência é assistirmos uma disputa mais acirrada pelo mercado entre as Seguradoras e as Medicinas de Grupo ... as cooperativas “vão comer pelas beiradas”.

 “Horoscopologia” sobre o futuro a parte ... uma coisa é indiscutível:

·         Operar planos de saúde no Brasil é um grande negócio ... um dos melhores negócios do mundo entre todas as atividades econômicas que existem;

·         Não é por acaso a “blitz” do capital estrangeiro nas empresas nacionais ... investida que não acaba nunca ... o investidor estrangeiro “não cansa” de assediar operadoras e serviços de saúde, diga-se de passagem !

Está aberto o processo seletivo para inscrição no curso de média duração da Jornada da Gestão em Saúde (40 horas).

Informações na página     www.jgs.net.br     ou pelo canal    contato@escepti.com.br  !

 

Uma mentoria prática sobre negócios na área da saúde pública e privada ... um conteúdo exclusivo e um material didático sem similar !!!

 

Sobre o autor Enio Jorge Salu

Histórico Acadêmico

·  Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo

·  Pós-graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo

·  Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas

·  Professor em Turmas de Pós-graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta

·  Coordenador Adjunto do Curso de Pós-graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed

Histórico Profissional

·  CEO da Escepti Consultoria e Treinamento

·  Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas

·  Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

·  CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa

·  Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação

·  Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas

·  Associado NCMA – National Contract Management Association

·  Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

·  Autor de 12 livros pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e Edições Própria

·  Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado