![]() |
![]() |
||
Uma Visão do Magnífico Mercado dos Planos de Saúde Odontológicos
0213 – 19/08/2021
Aos cuidados de: «Nome» «empresa» «depto» «cargo»
Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil
Em Um Ano Complicado para Odonto por Conta da Pandemia, Números do Potencial do Mercado
(*) todos os gráficos e tabelas são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil
O mercado de planos odontológicos sofre uma regulação inadequada por parte da ANS:
· Operadoras de planos de assistência médica podem comercializar planos odontológicos;
· E as operadoras de planos exclusivamente odontológicos sofrem uma “concorrência desleal” por não ofertarem planos de assistência médica;
· Em outros segmentos de mercado vender os dois conjuntamente seria classificado como “venda casada” ... coisa proibida pela legislação, mas na saúde suplementar “tem o aval” da agencia reguladora ... então ... é isso e não se discute !
Entre as operadoras de planos exclusivamente odontológicos temos 2 tipos (modalidades) diferentes que dominam o mercado:
· As Cooperativas Odontológicas, com uma estrutura hierárquica “que lembra” a das Cooperativas Médicas, mas com atuação muito diferente no mercado;
· E as Odontologias de Grupo, que na prática não têm “quase nada a ver” com as Medicinas de Grupo.
A diferença entre elas está ilustrada nas “pizzas” do gráfico:
· Ele demonstra a distribuição % das despesas administrativas, assistenciais, comerciais e outras;
· A diferença entre “os pedaços das pizzas” é enorme, já sinalizando que a forma como elas atuam no mercado é muito ... mas muito ... mas muito diferente !
O mercado de planos odontológicos ainda está se desenvolvendo no Brasil ... é mais novo que o dos planos de assistência médica, e passou a ter mais atenção por parte de empresas que exploram a intermediação do financiamento do custo dos pacientes com as empresas e profissionais que prestam a assistência aos pacientes há menos tempo:
· Analisando a evolução do % do total de despesas em relação ao total das receitas, ainda observamos variações ano após ano, mostrando que para estes tipos de empresas a operação ainda não atingiu elevado grau de maturidade;
· E, em relação a este indicador, o ano de 2020 que tinha tudo para ser muito diferente ... surpreendentemente ... não foi;
· Vamos lembrar que as pessoas tiveram muito medo de “abrir a boca” durante a pandemia ... o medo de contrair a doença justamente pelo contágio respiratório afastou os clientes dos consultórios odontológicos !
É fato que os serviços de saúde odontológicos tiveram muitos problemas com a pandemia:
· Mas como demonstra o gráfico, as operadoras não;
· É verdade que as operadoras que têm rede própria maior arcaram com custos fixos maiores ... já as que têm rede própria menor, tiveram queda significativa na sinistralidade, por ser variável seu principal custo: o assistencial.
Este gráfico ilustra o que ocorreu com as operadoras odontológicas na pandemia:
· Queda relativa para os 2 tipos de operadoras nas despesas assistenciais ... aquilo que a operadora gasta na assistência;
· As cooperativas que costumam gastar mais com isso, devido ao vínculo do serviço de saúde com a cooperativa, tiveram queda proporcionalmente maior;
· Nas medicinas de grupo onde o vínculo entre o serviço e a operadora é menor, a queda foi proporcionalmente menor.
Mas este gráfico fantástico mostra bem como elas se mantiveram saudáveis, mesmo na pandemia:
· O mercado vinha crescendo para elas, até que há uns 4, 5 anos atrás começou a chamar muito a atenção de operadoras de planos de assistência médica;
· O volume total de beneficiários continuou aumentando, mas algumas grandes operadoras de planos de assistência médica “sequestraram” estes beneficiários para elas, aumentando a concorrência e derrubando os preços ... especialmente uma seguradora que atuou de forma muito agressiva aumentando muito seu market share neste segmento de planos;
· A linha azul ilustra esta evolução do ticket médio de receita ... em 2020 a queda que já vinha ocorrendo desde 2017 foi agravada pela evasão de beneficiários dos planos mais caros para os planos mais baratos, tanto individuais como coletivos;
· Mas a linha laranja, que representa os gastos totais delas, demonstra uma queda muito mais significativa nos custos, compensando a queda de receita ... e em 2020 esta queda foi a mais acentuada em toda a série histórica !
· O ticket médio de custo caiu para patamares de 10 anos atrás !!
O resultado é apresentado no gráfico:
· A margem (o % entre o total de receitas e o total de despesas) na média caiu de 2019 para 2020;
· Mas ... que coisa absurda ... a operação mesmo em 2020, provavelmente no ano mais complicado da história da operação de planos de saúde odontológicos, ficou em mais de “estratosféricos” 25 %;
· É um negócio que qualquer investidor do mundo se motivaria “a abraçar” !
Vou fazer uso da Matriz BCG (Boston Consulting Group) para ilustrar o estágio das operadoras de planos de saúde ... como faço nos projetos de consultoria e cursos de planejamento estratégico para empresas da área da saúde ... na minha visão, é claro !
As operadoras de planos de assistência médica estão entre “Abacaxi” e “Vaca Leiteira”:
· Este mercado não cresce há algum tempo ... está estabilizado já há alguns anos ... um ano um pouquinho a mais, outro um pouquinho a menos;
· As operadoras que têm alta participação relativa no mercado continuam granjeando bons resultados, e como “Vacas Leiteiras” fazem a ordenha da receita com a certeza de que o leite estará lá todos os dias, e os compradores pagam um preço justo por ele ... porque necessitam da “média e pão com manteiga” todos os dias;
· As que têm baixa participação relativa no mercado, os “Abacaxis”, estão analisando a proposta de aquisição / fusão com as outras ! ... ficam, vamos dizer assim, pensando em aceitar aquela proposta de compra que as mais capitalizadas fazem !
Já as operadoras de planos odontológicos estão entre “Estrela” e “Em Questionamento”:
· O mercado continua expandindo ... ainda “dá jogo” ... está longe da estagnação;
· As que estão com alta participação no mercado, as “Estrelas”, estão aproveitando a oportunidade para se consolidarem ... me perdoem o trocadilho infame, em se tratando de odontologia ... “sorrindo à toa” !
· As que estão com baixa participação, as “Em Questionamento” estão pensando: o que eu fiz de errado ? ... em um mercado tão bom, como é que eu não consigo “deslanchar’ ?
Bem ... o mercado de planos odontológicos está aí para ser explorado ... os números são mentem:
· Mesmo com uma regulação da ANS que beira o absurdo, promovendo uma concorrência absolutamente desleal;
· Os indicadores sinalizam que a qualidade do produto final ainda “faz a diferença” para quem está comprando ... diferente do produto medicina que vai substituindo qualidade por menor preço, odontologia ainda está na fase em que a qualidade é o diferencial de quem compra;
· É uma questão de aproveitar o momento para se consolidar e não deixar que ocorra com este mercado o que está ocorrendo no de planos de assistência médica, onde “qualidade” está no discurso, mas na prática ... nem tanto !
É o momento de “espantar” os que podem entrar para prejudicar o maior interessado na qualidade do produto: a empresa que contrata o plano para seus funcionários e os beneficiários de planos individuais !!
Conheça o estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil ... www.gesb.net.br !
Conheça nossos cursos para gestores da área da saúde privada e pública que atuam em operadoras de planos de saúde, hospitais, clinicas, centros de diagnósticos, consultórios, secretarias de saúde e fornecedores de insumos para a área da saúde ... www.jgs.net.br !
Contato ... contato@escepti.com.br !
Sobre o autor Enio Jorge Salu
Histórico Acadêmico
· Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo
· Pós-graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo
· Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas
· Professor em Turmas de Pós-graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta
· Coordenador Adjunto do Curso de Pós-graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed
Histórico Profissional
· CEO da Escepti Consultoria e Treinamento
· Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas
· Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares
· CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa
· Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação
· Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas
· Associado NCMA – National Contract Management Association
· Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde
· Autor de 12 livros pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e Edições Própria
· Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado