Boletim    noticia.net.br Conteúdo para Gestores da Área da Saúde
 

 

 


Juntar CNES, DATASUS, ANS e IBGE para Viabilizar o Verdadeiro BI da Saúde

0227 – 28/09/2021

Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

TI não Resolve a Gestão da Saúde: se não “alfabetizar” o Gestor nas BD’s Públicas ele não vai “ler” o Contexto !

 

 

(*) todas as ilustrações são partes integrantes do material didático dos cursos Escepti e do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil

 

Se a empresa não é desenvolvedora de sistemas de informação, Informática é meio ... não é fim !

Gestor que não entende isso padece ... sempre padeceu e sempre irá padecer !

Tive a honra de conduzir mais um projeto de capacitação para gestores que explica como obter informações sobre recursos físicos (profissionais, estabelecimentos, leitos, equipamentos ...) e financeiros (preços, valores de contas, médias de permanência ...) nas áreas pública e privada:

·         Desta vez foi uma turma demandada pela Unimed FESP, em que participaram dezenas de gestores de diversas Unimeds do Estado de São Paulo;

·         Este tema me deixa particularmente contente porque o que mais necessitamos no Brasil, seja na gestão do SUS, como na gestão das operadoras de planos de saúde, como na gestão das empresas fornecedoras de insumos para a área da saúde, seja nos serviços de saúde públicos e privados, grandes e pequenos ... é que os gestores abandonem o “acho baseado em opiniões de alguém” pelo “tenho certeza baseado em números” !

E temos no Brasil “números a dar com pau”:

·         Bases de dados públicas tanto da área pública da saúde (DATASUS ...) como da área privada da saúde (ANS ...), como da área pública geral (IBGE ...) ...

·         Temos publicações das entidades de classe das empresas privadas (UNIDAS, ABRAMGE, CMB, FEHOSP’s ...) ...

·         Temos publicações de órgãos que representam entidades públicas (CONASS, CONASEMS ...) ...

·         Informações que podemos mesclar utilizando padrões de comunicação “de fato” como códigos de municípios, procedimentos médicos, ocupação (CBO) ...

·         O Brasil avançou muito nisso ... avançou tanto que a maioria dos gestores antigos não acompanhou a evolução ... e a maioria dos novos não sabe como utilizar adequadamente: têm os dados à mão, mas não aproveitam a oportunidade que eles oferecem !

 

 

Porque Gestão é, fundamentalmente, entender o contexto:

·         O que meu cenário específico demanda de informação para o meu planejamento;

·         Onde estão as informações que necessito neste meu cenário;

·         E, principalmente, das informações que tenho, quais os cuidados que devo tomar para definir ... para decidir ... quais os vieses que as informações têm.

A TI (tecnologia da Informação) banalizou o termo BI (Business Intelligence) como sendo um produto que a gente compra e resolve nosso problema de obtenção das informações “apertando um botãozinho” ... “em um clique”:

·         Uma pena que tem gente que ainda acredita nisso ... gasta uma fortuna comprando a licença de um BI, e depois de algum tempo percebe que “não está mais tão engessado, mas a fratura continua firme e forte”;

·         Toda vez que necessita de uma informação nova a limitação aparece em forma de ordem de serviço, orçamento ... alguma daquelas coisas que “doem no bolso”;

·         E invariavelmente tem que gastar “um monte” para explicar o que quer, e quando recebe não é exatamente o que necessitava porque a interpretação do analista, justificada por um documento devidamente formalizado, foi outra !!

BI não é “um modulo complementar” do sistema que a gente compra, não é um aplicativo que a gente assina ... não é “um programinha”:

·         É o desenvolvimento de um cenário de negócios;

·         A definição de uma cadeia de valores e os parâmetros que são utilizados para avaliar a viabilidade e/ou resultado que pode ser obtido se determinadas condições mudarem;

·         A definição das informações que compõem este cenário é de domínio do gestor ... ele sabe o que envolve o que está em pauta ... ninguém sabe mais do que ele, o que ele necessita;

·         Ele deve saber onde estas informações estão, e as principais que necessita invariavelmente não estão no seu sistema de informação ... no seu ERP ... no seu HIS ... estão lá fora: no mercado;

·         Uma vez bem definido este cenário, a ferramenta que vai explorar os dados e produzir os relatórios, as simulações ... “é o de menos” ... pode ser uma ferramenta de TI especialmente desenvolvida para “minerar dados”  em bases de dados diferentes (o que a indústria da TI chama de BI), ou uma aplicação escrita pela TI da sua empresa ... ou mesmo o velho e conhecido Excel;

·         Na maioria absoluta das vezes “qual a ferramenta” é o menor dos problemas !

 

 

E assim trabalhamos esta capacitação ... assim trabalhamos o curso:

·         Primeiro discutimos parâmetros básicos de análise de dados na saúde ... pública e privada;

·         Então discutimos onde estão as informações que necessitamos nas bases de dados públicas;

·         Passamos a discutir como obter e, principalmente, quais os vieses de cada uma delas;

·         E ilustramos como fazer tabulações de modo que cada conjunto de informações possa ser relacionado ... mesclado ... “linkado” com os outros através das codificações e padrões que todas elas seguem !

Claro ... passamos pela estrutura SIGTAP, para que os mais iniciantes pudessem entender a organização grupo, subgrupo, forma de organização, procedimento ... fundamental para tabular informações de repasse do SUS para a rede pública de saúde, da epidemiologia das doenças, dos ressarcimentos das operadoras para o SUS ... fortalecendo o conceito de que como o SUS é gigante perto da saúde suplementar regulada, seus dados são mais fidedignos para apurarmos a epidemiologia regional da saúde do que o que apuramos nos relatórios da saúde suplementar, que contém vieses de “contabilidade criativa” !

Para mim, poder discutir com profissionais da área, que conhecem o mercado, como este caso da turma dos gestores da Unimed, que têm experiência em gestão ... é uma mistura de satisfação com esperança:

·         Saber que a interação se faz com pessoas que entendem ... tem potencial para discutir em um nível onde não é necessário explicar coisas simples como coberturas, modelos de remuneração ... dar foco na mineração, análise e simulações que podem ser feitas com os dados;

·         Saber que o que está sendo discutido ali será utilizado imediatamente ... na rotina diária deles ... para, no caso, dimensionar o credenciamento na rede, comparar a carga da área assistencial da sua Unimed com as outras Unimeds ... com as outras operadoras “Não Unimeds” ... avaliar potenciais e riscos do mercado em cada região do Brasil ...

·         Avaliar tanto o preço do plano como os preços que a operadora para quando compra de terceiros, ou quando vende para terceiros se a sua rede própria também atua como serviço de saúde ... algo mais que importante no sistema Unimed em que temos que considerar uma figura que não existe em outras fontes pagadoras: o médico cooperado;

·         Esperança de que quanto mais gestores souberem lidar com isso, as decisões serão mais assertivas ... a saúde entregará melhores produtos para quem dela necessita ... afinal ... é para isso que nós gestores existimos, não é verdade ?

 

 

Somente construindo um cenário com parâmetros fortes podemos entender adequadamente o cenário:

·         Qual o público que “compra saúde” privada;

·         Porque não podemos utilizar um mesmo cenário para todas as cidades ... para todas as operadoras;

·         Avaliarmos a “epidemiologia” de cada carteira adequadamente, para podermos definir ações com segurança.

Entender definitivamente que saúde suplementar só existe porque o SUS é falho:

·         E principalmente que o SUS não falha igualmente em todas as cidades;

·         Que o SUS não falha igualmente em todas as especialidades;

·         Mapear onde ele é mais falho ... porque ali está a maior oportunidade de negócios para a saúde privada.

Estar preparado para lidar com a “geografia econômica da saúde” que define milhares de cenários diferentes no Brasil:

·         É comum lidar com pessoas que não se atrevem a achar que o mercado da saúde em Brasília é diferente do mercado da saúde em Ananindeua ... o que é correto;

·         Mas também é comum lidar com pessoas que acreditam que como Cariacica é vizinha de Vitória o mercado é o mesmo, ou muito parecido ... o que é um grande erro;

·         Para entender o que é correto ou não, é necessário tabular e avaliar adequadamente os números ... não acreditar, ou achar ... comprovar com indicadores que dão suporte a decisão mais adequada !

 

 

Somente com esta visão ... utilizando metodologia adequada ... considerando os vieses das informações que colhe, tabula e analisa, o gestor pode:

·         Entender a precificação regional e definir o seu produto em função dos parâmetros regionais;

·         Porque não é possível ter a mesma proporção de leitos, médicos ... de qualquer coisa ... em todas as localidades;

·         Porque não é possível vender planos de saúde pelo mesmo preço em qualquer cidade brasileira;

·         Porque não é possível para os serviços de saúde praticar o mesmo preço para um mesmo procedimento em qualquer lugar ...

·         Porque não é possível acreditar que um modelo de remuneração baseado em valor possa aderir em qualquer cenário !

O mais importante ... não é possível o gestor afirmar que não possui informação suficiente para precificar, para dimensionar o serviço, para credenciar ...

Em um grupo como este do curso, no Estado mais rico da federação, com gestores das Cooperativas Médicas que formam uma “saúde suplementar particular” com as particularidades que o Sistema Unimed tem em função da relação que o cooperado estabelece entre a fonte pagadora, o serviço de saúde e o médico:

·         É fundamental mapear o que existe, a quem se vincula, “quanto dinheiro” movimenta ...

·         Para poder dimensionar adequadamente o plano, os serviços da rede própria, os serviços da rede credenciada ...

·         E temos muita informação disponível para isso ... basta saber onde estão e como utilizar que o gestor vai fazer bom uso !

 

 

Os participantes receberam dezenas de planilhas ... mais de 40 !!! ... que tabulam dados sobre epidemiologia e infraestrutura da saúde no Estado de São Paulo:

·         Planilhas do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil e de um caso real de prospecção para negócios em uma região metropolitana de outra UF para contrastar com a realidade de São Paulo;

·         Conforme fomos discutindo eles foram entendendo porque só fornecemos estas planilhas nos Seminários Temáticos do Estudo e em cursos como este: a pior coisa que pode ocorrer é um gestor fazer uso dos dados sem conhecer a origem, os vieses ...

·         E porque fico tão contente em fornecer as planilhas quando tenho a chance de discutir com os gestores, sabendo que eles tiveram ciência de onde um dado ... uma informação ... pode ou não aderir a necessidade específica;

·         Reforçando a métrica de que disponibilizar uma ferramenta BI para um gestor sem discutir origem dos dados, vieses, contexto ... é um tiro no pé – ele vai tomar uma decisão errada e justificar de forma errada ... em muitas situações seria melhor não ter tomado decisão alguma !!

Sou muito agradecido à Unimed FESP pela confiança. Em uma época em que se condena empresas antes do julgamento, denúncias contra uma operadora acabam “manchando” a imagem de todas ... sem fazer juízo de valor ao que “está tomando conta dos noticiários” ... é muito bom estar envolvido em um evento que “enaltece” a imagem de outras ... investir na capacitação da gestão, sem dúvida, é a melhor forma de prevenir eventos adversos de qualquer tipo !

Temos um volume de informação em bases de dados públicas que certamente a maioria dos países do mundo sonham em ter algum dia.

Os que tive a oportunidade de conhecer em projetos de consultoria e treinamento quando observam o que temos nem acreditam que sejam verdade !

Falta de informação para planejar a saúde púbica e privada no Brasil ... esta “desculpa” ... não cola !

Conheça os cursos da Jornada da Gestão em Saúde     www.jgs.net.br   !

Conheça o estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil, e os seminários temáticos     www.gesb.net.br     !

Informações adicionais     contato@escepti.com.br  !

 

Sobre o autor Enio Jorge Salu

Histórico Acadêmico

·  Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo

·  Pós-graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo

·  Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas

·  Professor em Turmas de Pós-graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta

·  Coordenador Adjunto do Curso de Pós-graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed

Histórico Profissional

·  CEO da Escepti Consultoria e Treinamento

·  Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas

·  Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

·  CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa

·  Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação

·  Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas

·  Associado NCMA – National Contract Management Association

·  Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

·  Autor de 12 livros pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e Edições Própria

·  Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado