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Vítimas Politização do Ministério da Saúde na Pandemia

0269 – 25/04/2022

Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

Números Demonstram Realidade Muito Pior do que a Previsão

 

(*) todos os gráficos e ilustrações são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil e do material didático dos cursos da Jornada da Gestão em Saúde e da Escepti

Se estiver esperando críticas ao candidato “destro ou canhoto” ... à presidência, ou ao governo, ou ao senado, ou à câmara ... não perca o seu tempo lendo ... não é um texto político partidário ideológico ... é um texto técnico !

Isso posto ...

“Não encoste a mão no fogo que voce se queima” ... “não suba aí que voce cai” ... crescemos ouvindo nossos pais alertando para não fazer alguma coisa que pode causar dano ... e aprendemos ... ou porque escutamos, ou porque não escutamos e acabamos chorando depois.

Nossos pais não diziam isso para depois dizer “eu avisei ... bem-feito” ... queriam que a gente não se queimasse ... não caísse ... se tem uma coisa que eles não queriam é que o risco se transformasse em dano ... a última coisa que gostariam é de ouvir o choro ... a gente aprende com mais o menos emoção, de forma mais ou menos dolorida – é uma questão de escolha !

Desde que a pandemia começou sabíamos que se não houvesse coordenação técnica do ministério da saúde “queimaríamos a mão” ... “cairíamos”:

·         A politização impediu esta coordenação técnica;

·         Mas vamos lembrar que o SUS não é federal – é um ente que abrange as esferas federal, estadual / distrital e municipal;

·         Se o ministério falhou e o resultado foi ruim, falharam governadores dos estados, prefeitos ... e senadores e deputados que ficaram inertes deixando o barco navegar sem rumo ... por isso o alerta lá em cima: a responsabilidade é de todos os que poderiam mudar o cenário ... mitigar os danos.

E o gráfico é implacável ... odioso:

·         É a taxa de óbitos por internação, ou seja, a proporção de pessoas como nós ... diferentes apenas porque adoeceram, internaram em busca da cura ... e já não estão mais entre nós;

·         Uma parte deles teria nos deixado com ou sem pandemia ... é verdade;

·         Mas uma parte deles só nos deixou por conta desta politização do SUS por parte do Ministério da Saúde ... que governadores, prefeitos, senadores e deputados não se dignaram a enfrentar como devia !

O SUS, antes desta politização absurda, estava trabalhando normalmente até 2019, com ações de prevenção e promoção da saúde, de modo a melhorar a saúde da população e assim diminuir o acesso dos pacientes nas internações em piores condições ... com maior chance de cura:

·         Vemos isso claramente no gráfico entre os anos de 2016 até 2019;

·         Mas vemos claramente que a partir de 2020, início da pandemia, a taxa cresceu assustadoramente;

·         Percebemos que entre 2019 e 2021 o aumento da taxa de óbitos em internações foi de ~60 %;

·         Em 8 de agosto de 2021 (há ~10 meses) já projetava o problema (vide post) ... como nossos pais, a previsão era certa, mas não gostaríamos que se tornasse realidade;

·         A realidade veio, e a queimadura ... a queda ... foi bem pior do que “não gostaríamos nem que acontecesse” ... Deus sabe como seria bom se estivéssemos errados na previsão !

 

 

Este gráfico demonstra a evolução da taxa de óbitos entre outubro de 2019 (4 meses antes da pandemia) e dezembro de 2021:

·         É um aumento de ~129 % em menos de 2 anos e meio;

·         Algo absolutamente impensável para qualquer coisa que se intitule gestão da saúde pública !

 

 

É claro que “os destros” vão dizer que é por conta dos óbitos dos pacientes COVID-19:

·         Porque era uma doença nova ... não existia vacina, nem tratamento adequado;

·         Isso é verdade ... mas é “meia verdade” ... menos verdade do que narrativa !

Primeiro porque o aumento da taxa de óbitos relacionada ao grupo 01 do CID é de ~58 % ... e não de 129 % ...

 

 

... e segundo porque mesmo nos CIDs relacionados às neoplasias e doenças do aparelho circulatório, que foram as menos atingidas pelo adiamento das internações (por questões óbvias) ... houve aumento de taxa de óbitos !

Se não “caiu a ficha” ... não vamos esquecer do primeiro gráfico lá em cima ... quando não havia COVID-19, para as outras doenças estávamos tendo retração da taxa de óbitos !

Se ainda não caiu a ficha dos destros ...

 

 

... basta olhar a taxa de óbitos de outros grupos CID ... números não deixam margem à dúvida:

·         Por conta da falta de ação do SUS ... em todos os âmbitos da administração pública ... e sem ação efetiva de controle por parte do legislativo ...

·         Os pacientes estão chegando para internar em piores condições ...

·         Estão morrendo mais pessoas ... inocentes ... do que deveriam se não houvesse politização do SUS durante a pandemia !

E não adianta “os canhotos” tentarem se aproveitar do apagão do Ministério da Saúde para ganhar votos ... não podemos esquecer disso nas próximas eleições ...

 

 

... enquanto o Ministério da Saúde politiza o fim da emergência pública, faltam medicamentos tanto no âmbito federal, como no âmbito dos Estados, onde uma grande maioria de governadores responsáveis habita “o outro lado do Rio Jordão” ! ...

 

 

... e os números demonstram claramente que as taxas de óbitos cresceram em todas as UF’s:

·         Percebemos que a escala era de 2,4 % e 6,8 % em 2016, e passou para 3,9 % e 9,8 % em 2021;

·         Aí neste meio tem “ponta direita, centroavante e ponta esquerda” ... e no senado, nas câmaras e assembleias legislativas que poderiam estar contrapondo o apagão de várias maneiras: também !

·         Nenhum “lobo vestido de carneirinho” pode driblar os números da mesma forma como vai fazer com boa parte dos eleitores não esclarecidos (infelizmente) !

·         Se algum disser o contrário na sua zona eleitoral ... então porque os números ficaram assim em todas as UF’s ?

Com um cenário de ano eleitoral onde o julgamento de um deputado é mais importante do que a saúde da população, a previsão de fim do apagão no Ministério da Saúde continua a mesma:

·         Independente de quem ganhar as eleições;

·         Se for a posição, o realinhamento dos ministérios para desfazer os movimentos necessários para ganhar as eleições este ano vai demorar !

·         E se for a oposição, até que um novo time chegue e consiga “entender onde está” ... também vai demorar !!

Nenhuma perspectiva de que a proporção de vítimas deste “cenário macabro” mude no curto prazo ... vamos continuar “queimando a mão e caindo de cara no chão” !!!

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Sobre o autor Enio Jorge Salu

Histórico Acadêmico

·  Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo

·  Pós-graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo

·  Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas

·  Professor em Turmas de Pós-graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta

·  Coordenador Adjunto do Curso de Pós-graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed

Histórico Profissional

·  CEO da Escepti Consultoria e Treinamento

·  Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas

·  Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

·  CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa

·  Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação

·  Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas

·  Associado NCMA – National Contract Management Association

·  Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

·  Autor de 12 livros pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e Edições Própria

·  Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado