Boletim    noticia.net.br Conteúdo para Gestores da Área da Saúde
 

 

 


O Que Interessa Para Quem na Área da Saúde !

0277 – 27/05/2022

Referências: Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

Estigmatizar, Estereotipar, Pré Conceituar ... Erro Fatal Para os Negócios na Saúde Privada e Pública

 

(*) todos os gráficos e ilustrações são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil e do material didático dos cursos da Jornada da Gestão em Saúde e da Escepti

Quem, como eu, reside em um andar alto de edifício localizado em uma grande cidade tem uma “oportunidade ímpar”:

·         Estar o tempo todo “dando uma espiadinha” na vida ... não na intimidade dos lares, que é uma das coisas mais inapropriadas que pode existir ... observar a vida;

·         A noite, cada “luzinha” de cada casa ... de cada andar de cada edifício ... embaixo daquela luz tem gente vivendo vida completamente diferente da vida das outras pessoas que estão debaixo das “outras luzinhas”. Todos vivendo em residências debaixo de luzinhas ... mas com vidas diferentes ... cada um com seus problemas e alegrias;

·         Cada carro ... cada caminhão ... ônibus ... moto ... indo de um lado para outro na rua para fazer coisas completamente diferente dos outros ... um monte passando pela mesma rua no mesmo sentido ... mas para fazer coisas diferentes !

O “mundo dos negócios” também é assim ... e a área da saúde pública e privada ... a gestão da saúde ... quando observamos desta forma não tem absolutamente nada de diferente disso:

·         Um monte de instituições interagindo com o mesmo “pano de fundo”: curar, dar apoio à maternidade, prevenir doença ...

·         ... mas agindo de forma completamente diferente ... com objetivos completamente diferentes ...

·         ... sucessos diferentes ... problemas diferentes ... que exigem “formas diferentes de viver”;

·         Para a maioria das instituições privadas e públicas que “militam” na área da saúde, saúde é o meio de materializarem seu objetivo social que pode ser mera obrigação constitucional, ou obter lucro, ou auxiliar necessitados, ou desenvolver técnicas e produtos inovadores ... objetivos sociais completamente diferentes ... nada ... absolutamente nada a ver um com os outros !

·         Por mais incrível que possa parecer, na prática é isso mesmo: saúde não é o objetivo para a maioria absoluta delas ... é o meio para sustentar seu objetivo social !!

O tempo faz com que, quem pega o vírus da gestão, não ache isso complicado:

·         Não é complicado: é complexo ... e fascinante ... absolutamente fascinante;

·         Quanto mais a gente atua no segmento, mais aprende e mais “encantado” fica com isso !

Em junho e julho vamos ter cursos de um dos eixos temáticos da Jornada da Gestão em Saúde que mais são procurados por gestores que atuam em operadoras, hospitais e fornecedores de insumos das áreas privada e pública da saúde:

·         GNAS02 - Práticas Comerciais da Área da Saúde Pública e Privada no Brasil;

·         GNAS17 - Melhores Práticas da Gestão do Faturamento em Hospitais, Clínicas e Centros de Diagnósticos na Saúde Suplementar e no SUS;

·         GNAS12 - Como Avaliar Preços de Pacotes em Hospitais, Clínicas e Centros de Diagnósticos;

·         GNAS13 - Como Definir e Precificar Pacotes em Operadoras de Planos de Saúde;

·         Informações na página jgs.net.br.

O primeiro deles “mergulha” nisso de uma forma que não conheço que seja feita em nenhum outro curso:

·         Como alguém pode querer ter sucesso nos negócios na área da saúde sem saber o que os seus interlocutores estão fazendo nela ?

·         Qual o objetivo de cada um deles e o que  ada um espera de voce na relação comercial que vai ser estabelecida ... ou não ! ... que não será estabelecida, ou será rompida, porque voce não entendeu isso !

·         Se não sabemos com que tipo de interlocutor estamos tratando, o que o motiva e o que ele espera em uma relação comercial com a gente, a chance do relacionamento dar certo é muito baixa !! ... a chance de geração de conflitos e rupturas indesejáveis é absurdamente alta ... é um eterno “discutir a relação entre casais” !!!

 

 

Por exemplo: é ainda muito comum, mesmo para uma grande parcela de gestores que atuam na área da saúde há um “muito longo” tempo:

·         Estigmatizar ... estereotipar ... todos os hospitais da mesma forma;

·         Se é universitário “isso” ... se é de rede própria “aquilo” ... se é privado “não sei o quê” ... com definições que muitas vezes denigrem completamente a imagem deles e, é claro, desenvolvem uma relação conflituosa e agressiva que só prejudica o que se deseja como objetivo na relação comercial;

·         Achar que um hospital universitário de instituição privada funciona e tem os mesmos objetivos em atuar na área da saúde do que um hospital universitário público, só porque são universitários ... é iniciar mal a avaliação.

Achar que um benemerente é igual a um filantrópico na essência ... “nada a ver” !

·         Quando estamos desenhando a relação com um hospital começando por avaliar o que interessa para ele ... o que motiva a existência dele ... “é mandatório” para que o relacionamento e os negócios com ele tenham sucesso;

·         Ainda tem gestor do SUS ... de operadora de plano de saúde ... de fornecedor de insumo ... que não se dá nem mesmo ao trabalho de pelo menos olhar a página do hospital na Internet e entender isso ...

·         Uma boa parte deles quando define na página a sua missão, visão e valores já dá as melhores pistas de como devem ser abordados ... que tipo de negócio tem mais ou menos chance de vingar com eles;

·         E é muito legal para “quem bisbilhota estas informações nas páginas deles” entender como são tão diferentes !

 

 

O mesmo vale, por exemplo, para as operadoras:

·         É inaceitável, por exemplo, pré conceituar a dinâmica de relacionamento com cooperativa médica e uma autogestão;

·         Elas existem por razões completamente diferentes;

·         A mantenedora delas defende interesses completamente diferentes ... nada a ver um com o outro;

·         Isso influi no produto que entregam para os beneficiários ? ... necessariamente não ... boa parte das vezes “nem um pouquinho” ... mas a forma como elas se relacionam com serviços de saúde e fornecedores de insumos ... invariavelmente influi sim ... na maioria das vezes “um poucão” !

Entender isso é mandatório, por exemplo, para o gestor hospitalar que contratualiza com elas ... se não está “antenado nisso” o resultado pode “ser fatal” ... ou para o hospital que representa ... ou para “o seu futuro” no hospital ... ou para seu futuro no mercado “como um todo” ... se é que me entende !!

 

 

Confundir o interesse do fabricante com o do distribuidor ... com o do representante ... “cega” a visão do quanto pode existir de lisura nas suas atitudes ... inibe a visão do quanto é diferente o “compliance” entre eles !

Saúde tem o seu lado “angelical” ... “vocacional” ... “humanitário” ... ou outro adjetivo “nobre” que se queira atribuir:

·         É um segmento muito diferente dos demais por conta disso ... qualquer um que está nele, na essência, de forma direta ou indireta existe para auxiliar a entregar um produto “muito nobre”: saúde;

·         Mas como qualquer outro ... seja o lado público, seja o privado ... obriga os gestores, seja das fontes pagadoras, seja dos serviços de saúde ... dos fornecedores ... das associações e da infinidade de atores que “se embolam” uns com os outros para entregar “saúde” para beneficiários de planos de saúde e do SUS ... obriga estes gestores prioritariamente a entender com quem estão lidando para minimamente  garantir a sustentabilidade “do seu patrão”;

·         Gestores que muitas vezes não têm discernimento adequado nem em mesmo relação ao que quer a mantenedora da própria instituição que representa, é bom que se diga !

·         Sai de uma operadora tipo autogestão e vai trabalhar em uma rede de hospitais vinculado a uma sociedade anônima e pensa que o que fazia no “emprego anterior” e dava resultado vai ser bom no “novo emprego” ... em pouco tempo “perde o crachá” e nem sabe direito a razão !!  

 

 

No curso discutimos o quanto é importante olhar o mercado como ele é, e não apenas com a visão limitada que temos quando estamos representando um determinado papel profissional em uma instituição ... por exemplo:

·         A visão assistencial, baseada em estudos científicos, calcula os índices médios das doenças na população;

·         Estes estudos definem os recursos de saúde que necessitamos: médicos de especialidade por habitante, leitos por habitante, equipamentos de diagnóstico por habitante ...

·         Nesta visão pode haver alguma variação de uma região para outra, porque onde a pessoa mora ... a cultura daquele segmento da sociedade ... a característica da economia daquele pedacinho geográfico ... define a prevalência da doença em “amostras” específicas;

·         Mas é muito difícil encontrarmos nestes estudos diferenças (variações) de 100 % ... até existem ... mas é muito difícil !

Os gráficos ilustram a quantidade de hospitais especializados que existem no Brasil por UF:

·         Não quer dizer que temos somente 41 hospitais que atendem pediatria no Rio de Janeiro, como mostra a primeira das figuras ... quer dizer que existem 41 hospitais especializados em pediatria no RJ ... existem vários outros hospitais que atendem pediatria mas não são especificamente especializados somente em pediatria;

·         Observando os gráficos vemos variações de 7.500 % ... muito, mas muito mais do que os 100 % que citamos acima em relação às diferenças epidemiológicas ... se os 100 % citados acima já são muito difíceis de existirem “na visão assistencial”, o que justifica uma variação de 7,500 % evidentemente não é a visão assistencial ... mas a visão mercadológica ... dos “negócios da saúde” !

É disso que estamos falando o tempo todo aqui ... o que vai determinar a existência de um hospital especializado em ortopedia “é menos” as doenças ortopédicas, “e mais” o interesse ... a motivação ... das instituições que existem na área da saúde privada e pública em “explorar” a oportunidade que existe em função da “prevalência” desta doença ... em relação a quem vai pagar (financiar) pelos atendimentos que esta população (ou carteira) necessita:

·         Na prática, sempre, a lei da oferta e de demanda vale para a saúde da mesma forma que vale para definir a existência de supermercados, botecos, farmácias de rua ...

·         ... e até de instituições de caridade ... veja que existem muito mais instituições de caridade e igrejas nas cidades do entorno de Brasília, do que em Brasília ... uma das mais lindas igrejas do Brasil, que fica no coração de Brasília, “só enche” mesmo é com turistas para tirar fotografia ... não de fiéis para assistir missas !

Abrindo necessário parênteses:  independente da sua religião, visitar Brasília e não conhecer a Catedral ... é um “pecado ecumênico” ... a gente sente a geniosidade do maior arquiteto da história da humanidade (desculpe a uma modesta opinião) em torno da gente quando está lá dentro ... é diferente de ver uma obra arquitetônica por fora, nos livros ... dentro dela estamos literalmente abraçados pela geniosidade dele !! ... como pode “do nada”, sem conhecer nada parecido com aquilo antes, um ser humano ter a ideia de projetar “aquela coisa maravilhosa” ?

Fechando parênteses: por isso entender “o que interessa para quem na área da saúde” é a base da sustentabilidade das instituições privadas e públicas ... a regra que dita como se define o acesso das pessoas ao “produto saúde” em cada pedacinho do mundo !

Hoje e amanhã vou ministrar 2 aulas na Faculdade Einstein (sempre agradecendo muito os convites feitos pelas Profas. Deise de Carvalho, Glauce Roseane de Almeida Brito e Marcela Marrach Coutinho ... muito obrigado) ...

·         Vamos fechar este uma visão deste eixo temático: em uma aula discutimos o “cenário e a sustentabilidade da saúde suplementar”, hoje “a sustentabilidade e cenário do SUS”, e amanhã “riscos e fraudes”;

·         O pano de fundo é “não dá pra negociar saúde sem conhecer os negociantes” ... “é preciso saber diferenciar oportunidades e armadilhas”;

·         Em uma sala de aula, onde participam profissionais que atuam nas áreas pública e privada, em operadoras, hospitais ... sem viés ... é muito gratificante saber que, mesmo que seja apenas um pouquinho, alguma coisa da experiência prática pode ser passada para contribuir com a capacitação de gestores tão diferentes !!

Aproveito para reforçar que estão abertas as inscrições para os cursos de maior demanda de interessados em Junho e Julho:

·         GNAS02 - Práticas Comerciais da Área da Saúde Pública e Privada no Brasil

·         GNAS17 - Melhores Práticas da Gestão do Faturamento em Hospitais, Clínicas e Centros de Diagnósticos na Saúde Suplementar e no SUS

·         GNAS12 - Como Avaliar Preços de Pacotes em Hospitais, Clínicas e Centros de Diagnósticos

·         GNAS13 - Como Definir e Precificar Pacotes em Operadoras de Planos de Saúde

·         Informações sobre os cursos e inscrições na página – www.jgs.net.br   !

Conheça os cursos da Jornada da Gestão em Saúde  www.jgs.net.br     !

Conheça o estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil, e os seminários temáticos     www.gesb.net.br     !

Confira a lista de milhares de profissionais que já participaram das capacitações da Escepti em   www.escepti.com.br/certificados

Informações adicionais sobre cursos e consultoria em gestão na área da saúde     contato@escepti.com.br  !

 

Sobre o autor Enio Jorge Salu

Histórico Acadêmico

·  Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo

·  Pós-graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo

·  Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas

·  Professor em Turmas de Pós-graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta

·  Coordenador Adjunto do Curso de Pós-graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed

Histórico Profissional

·  CEO da Escepti Consultoria e Treinamento

·  Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas

·  Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

·  CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa

·  Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação

·  Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas

·  Associado NCMA – National Contract Management Association

·  Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

·  Autor de 12 livros sendo 3 pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e demais em edições próprias para download gratuito nas páginas dos modelos

·  Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado