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Quem diria ... protagonismo do risco hospitalar é o balanço financeiro

0333 – 22/05/2023

Ref.: Cursos Profissionalizantes em Gestão da Saúde, Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

O cliente paciente há muito tempo deixou de ser mais importante que o cliente contratante na área da saúde

 

(*) todos os gráficos e ilustrações são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil e do material didático do Programa Cursos Profissionalizantes em Gestão da Saúde, dos cursos da Jornada da Gestão em Saúde e da Escepti

Na semana passada as Professoras Deise de Carvalho, Glauce Roseane de Almeida Brito e Marcela Marrach Coutinho me deram novamente a satisfação de ministrar aulas em uma turma de pós-graduação da Faculdade Einstein, encomendando os temas Sistemas de Financiamento e Panorama da Saúde, Sustentabilidade, Riscos, Sinistros e Fraudes ... sempre uma grande honra, que agradeço muito !

No momento estou encerrando e iniciando projetos em 4 hospitais com características completamente diferentes:

·        Um que atende 100 % SUS;

·        Um que atende muito mais SUS do que Saúde Suplementar;

·        Um que atende muito mais Saúde Suplementar que SUS, inclusive muito forte na Saúde Suplementar não regulada (a que não tem a ver com operadoras de planos de saúde);

·        E um onde SUS e Saúde Suplementar dividem o protagonismo dos atendimentos !

Raras vezes nesta longa jornada de consultoria estive com clientes “tão misturados” simultaneamente !!

·        Na verdade, desta forma “tão diversa simultaneamente” é até difícil lembrar se isso já ocorreu;

·        Geralmente “o mercado” está se movimentando mais pelas “novidades” no SUS ou na Saúde Suplementar, então as atividades de consultoria acabam se concentrando durante certos períodos muito mais em um sistema de financiamento do que em outro !

·        E me dei conta que definitivamente que por conta do momento econômico das áreas da saúde pública e privada, as agendas dos hospitais estão mais sedimentadas na questão financeira do que nunca !! ... o risco financeiro das fontes pagadoras está afetando muito os serviços de saúde !!!

Nas aulas nós estressamos os conceitos do que é risco ... do que é sinistralidade ...

·        ... lembramos que risco é algo relacionado a um dano potencial ...

·        ... também lembramos que podemos classificar os danos em 4 tipos: físico, moral, ambiental e financeiro ...

·        ... e discutimos que, infelizmente, as instituições só se preocupam com riscos quando o dano, seja ele qualquer dos 4 tipos, tem algum reflexo financeiro ...

·        ... se não dói no bolso, ninguém “dá a mínima” para o dano ... “essa é que é a verdade” !!

 

 

É verdade que a “crise” na saúde suplementar regulada está repercutindo muito na gestão dos riscos dentro dos hospitais:

·        Então, primeiro lembramos que a dificuldade das operadoras de planos de saúde em 2022 e 2023 não pode ser chamada de crise ...

·        ... crise é um dano que surge inesperadamente ... sem que se possa prever que ocorra;

·        Eu e toda a torcida do Corinthians, Flamengo, Palmeiras ... todo mundo ... sabia o que ocorreria após a pandemia com as operadoras ... particularmente postei muitos textos ... portanto era algo “mais do que previsto” ... portanto não é crise;

·        Era um dano previsto ... um risco ... e como todo risco, deveria ter sido objeto de gestão ... é isso que chamamos de gestão de riscos !

·        As operadoras que fizeram a lição de casa, estão mitigando os danos ... as que negligenciaram o risco, estão pagando pelo erro ... infelizmente ... a maioria delas !

Mas não é somente na saúde suplementar:

·        O SUS também “barrigou” as eletivas, e não enfrentou adequadamente a COVID, no sentido de concentrar apenas nesta doença, afrouxando as ações de prevenção e promoção da saúde nas demais doenças;

·        Por isso estamos gastando mais por paciente ... chegam com diagnóstico tardio e consomem mais recursos ... quando não vão à óbito, diga-se de passagem ...

·        ... e por isso estamos com as maiores filas para consultas, exames e cirurgias da história do SUS !

·        Um monte de políticos faz discursos que fizeram e estão fazendo “isso ou aquilo” ... mas os números “deixam o narizinho deles bem grandinho nas fotos de perfil”, se é que me entende !

A pressão das fontes pagadoras, por conta da escassez de recursos, pressiona os serviços de saúde para darem foco na redução dos preços ... e existem somente 2 formas de reduzir preço:

·        Reduzir a margem ... o lucro ...

·        ... ou reduzir o custo, para manter a margem ... o lucro;

·        Não existe “matemágica” que possa nos dar outras alternativas.

Porque o lucro, mesmo para instituições sem fins lucrativos, e a base da subsistência da instituição ... se o que ela gasta é mais do que ganha ... fecha ... tão simples quanto isso !!

 

 

Então SUS, Operadoras, Serviços de Saúde, Fornecedores de Insumos ... que estão experimentando um cenário muito diferente do que existia há algumas décadas em que as margens eram “interessantes” só tem como alternativa reduzir custos!

E existem 2 formas de reduzir custos:

·        Eliminar o desperdício ... eliminar ou reduzir um, dois, três, quatro, cinco, seis, ou todos os sete desperdícios que existem segundo os preceitos do LEAN ... e assim, manter a margem, praticando o mesmo preço porque o custo caiu mas a qualidade ficou;

·        ... ou entregar um produto inferior ... produto que empenha menos insumos para ser produzido ... ou empenhar produtos de menor qualidade (eficiência, ou eficácia ou efetividade) e assim manter a margem entregando não o produto que o cliente desejava ... um produto que ele pensa que está comprando, mas não é !

·        Não existe outra forma de reduzir os custos além destas duas.

E temos na área da saúde instituições que estão trilhando o caminho A e o caminho B.

Tem operadora fazendo tudo que pode para manter o plano  dentro de padrões mínimos de qualidade, não porque a lei obriga, mas porque está no DNA da operadora colocar a satisfação do beneficiário, do médico, do cliente ... como “um bem inegociável” ...

·        ... o caminho A;

·        E tem operadora reduzindo, restringindo, aviltando a qualidade do produto que entrega e os parceiros comerciais da sua cadeia de valores ...

·        ... o caminho B;

Tem serviço de saúde fazendo tudo que pode para manter o nível assistencial o mais próximo possível da excelência, porque está na sua missão, visão e valores ...

·        ... o caminho A;

·        E tem serviço de saúde transformando a assistência em “show de horror” ...

·        ... o caminho B.

Não é possível quantificar de forma objetiva quantos estão na rota A e quantos estão na rota B ... mas a evolução dos eventos de judicialização do quadro sinalizam a preocupação de que o B é um caminho cada vez mais frequente ... mais uma vez os números são implacáveis !

 

 

Falando de hospitais é muito ...  mais muito mais fácil voce se deparar atualmente em reuniões na alta gestão hospitalar ...

·        ... seja em hospitais públicos ... seja nos privados ...

·        ... seja os que atendem somente SUS ... seja os que atendem saúde suplementar ... seja os “meia muçarela meia calabresa” ...

·        ... é muito mais fácil se deparar com gráficos como este, onde uma infinidade de gestores está acompanhando os custos dos procedimentos ... das unidades hospitalares ...

·        ... do que com gráficos de indicadores de infecção hospitalar ... de aplicação de protocolos clínicos ... enfim ... gráficos relacionados à eficiência, eficácia e efetividade assistencial !

Estamos reunimos nas reuniões de planejamento e gestão hospitalar dezenas de profissionais “caros” cuja vocação fez com que escolhessem se formar em medicina, odontologia, enfermagem, fisioterapia, assistência social ... e colocamos todos eles para discutir “o balanço patrimonial”.

Chamamos médicos frequentemente para perguntar por que ele usa o “fio X” ao invés do “Y” que é mais barato ?

·        Ficou para segundo ... terceiro ... quarto plano chamarmos eles para sugerir que ele utilize o fio “Z” que pode dar melhor resultado no médio e longo prazo ... porque no curto prazo o custo do “fio Z” é proibitivo e/ou porque o SUS e as Operadoras não pagam !

·        Entende que estou utilizando o fio como metáfora, não entende ? ... na sua realidade esta questão não é metáfora ? ... entendo perfeitamente !!!

A “água subindo está batendo no pescoço” da gestão de riscos hospitalares ... que diria !

·        Um tipo de instituição que na essência deve buscar a excelência, porque não vende produtos supérfluos ...

·        ... na verdade nem vende produto que alguém queira comprar ... o cliente compra por necessidade e não por impulso;

·        Esta instituição onde o protagonismo das discussões deveria estar focado na qualidade assistencial ... está cada vez mais focada no “ativo, passivo e patrimônio líquido” ... que pena !

Não que a sustentabilidade financeira deva ser negligenciada ... longe disso ... a questão é que a qualidade assistencial “não tem  futuro” se o protagonismo das discussões for este ... o lucro na área da saúde deve ser a consequência da excelência assistencial e da gestão, e não a atividade fim da instituição ... é disso que se trata !!

Tudo isso acho que justifica a gratidão para as Professoras Deise, Glauce e Marcela ... a oportunidade de discutir o assunto em aulas de pós-graduação ... porque quanto mais gestores discutirem o assunto, maior a chance de conseguirmos mudar este cenário no futuro, e assim maximizar o acesso da população à saúde privada e pública ... afinal, na essência, é para isso que existem gestores na área da saúde pública e privada !

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·       Agenda das provas para turmas abertas: Página da Jornada da Gestão em Saúde  www.jgs.net.br

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Referências sobre conteúdo para gestores da área da saúde privada e pública:

·        Conteúdo especializado para gestores da área da saúde privada e pública       www.noticia.net.br

·        Geografia Econômica da Saúde no Brasil, e seminários temáticos     www.gesb.net.br

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Sobre o autor Enio Jorge Salu

Histórico Acadêmico

·  Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo

·  Pós-graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo

·  Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas

·  Professor em Turmas de Pós-graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta

·  Coordenador Adjunto do Curso de Pós-graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed

Histórico Profissional

·  CEO da Escepti Consultoria e Treinamento

·  Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas

·  Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

·  CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa

·  Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação

·  Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas

·  Associado NCMA – National Contract Management Association

·  Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

·  Autor de 12 livros pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e Edições Própria

·  Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado