Boletim    noticia.net.br Conteúdo para Gestores da Área da Saúde
 

 

 


Não se pode deixar de respeitar quem tem mais de 100 anos na área da saúde

0349 – 11/08/2023

Ref.: Cursos Profissionalizantes em Gestão da Saúde, Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

Quantas empresas voce conhece que conseguiram sobreviver por mais de 100 anos prestando serviços para a população ?

 

(*) todos os gráficos e ilustrações são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil e do material didático do Programa Cursos Profissionalizantes em Gestão da Saúde, dos cursos da Jornada da Gestão em Saúde e da Escepti

Na área da saúde temos no Brasil 2,4 % de estabelecimentos sem fins lucrativos:

·        A maioria das pessoas não faz ideia se isso é muito ou pouco ...

·        ... se estas empresas são importantes ...

·        ... como funcionam ...

·        ... as dificuldades que têm para subsistir.

A maioria das pessoas nem desconfia que as mais importantes, tanto para o sistema de saúde público, como para o privado, são centenárias ... existem muito antes de nós ... e podem continuar existindo depois de nós, se houver respeito por elas.

Muitas pessoas classificam as filantropias como “pilantrópicas” apropriadas por aproveitadores:

·        É fato que existem ... tivemos acesso a vários casos públicos de “pura malandragem” !

·        Mas é um absurdo denegrir a imagem de todas elas porque alguns “pilantras” se aproveitaram de algumas delas !

Quando olhamos o % de 2,4 podemos inadvertidamente achar que o custo x benefício de continuar a viabilizar a sua existência não compensa ... mas este % engana ... e muito !

·        Ele está calculado em relação ao total de estabelecimentos de saúde que existem no Brasil;

·        Se formos contabilizar todos ... vamos chegar próximo de meio milhão ...

·        ... e 2,4 % de meio milhão já é muito ! ... e pode significar mais se entendermos como estas instituições atuam na área da saúde !

 

 

A maioria absoluta dos estabelecimentos de saúde são os pequenos serviços que realizam procedimentos de baixa complexidade:

·        Alguns até com uma pequena parcela de procedimentos de média complexidade;

·        São os consultórios isolados e os SADTs isolados;

·        Neste cenário, as empresas sem fins lucrativos não têm forte participação ... representam algo em torno de 1 % apenas;

·        Porque a missão das empresas sem fins lucrativos que atuam na área da saúde geralmente é tratar o paciente ... não apenas diagnosticar.

Estes procedimentos de baixa complexidade são:

·        Mais necessários na hierarquização da rede pública de saúde;

·        Mais rentáveis para empreendedores individuais;

·        Não são próprios para uma mantenedora sem fins lucrativos que quer prestar assistência aos necessitados ... apenas diagnosticando e encaminhando os pacientes para outros serviços !

 

Quando analisamos estabelecimentos que realizam procedimentos de média complexidade, e alguma alta complexidade, o cenário “muda bem”:

·        Seja nas Policlínicas, clínicas especializadas e unidades mistas ...

·        ... seja em pronto socorro ...

·        ... o % já se coloca acima daqueles 2,4 % do geral !

·        Temos muitas mantenedoras pelo Brasil que não tem “sustança” para manter um hospital ...

·        ... ou estão em um cenário de geografia econômica da saúde que “não sustenta” um hospital ...

·        ... mas opera serviços que realizam procedimentos importantes para não ter que deslocar pacientes daquela região para outra, para fazer um procedimento em um hospital, que pode ser feito em um serviço de menor complexidade.

Estes estabelecimentos sem fins lucrativos são de fundamental importância para o SUS e “seguram a barra” de muita operadora de plano de saúde ! ... dependendo da geografia econômica da saúde na região são os estabelecimentos de referência para baixa, média e alta complexidades tanto na saúde pública, como na privada.

 

 

Quando analisamos hospitais o cenário é absurdamente diferente dos anteriores:

·        Quem está lendo automaticamente associa estes números às Santas Casas ... às Beneficências Portuguesas ... às Redes das Igrejas Católica, Evangélicas ...

·        Quando observamos os hospitais gerais ... os que fazem de tudo ... desde cantoplastia até cirurgia valvar ... representam nada menos que 28,1 % do total.

O que seria do SUS sem eles ?

O que seria das operadoras de planos de saúde sem eles ?

 

 

Até estabelecimentos de Centros de Parto Normal !

·        12,8 % deles são sem fins lucrativos;

·        Estes são mais importantes para a Saúde Suplementar do que para o SUS;

·        São importantes para o SUS, mas a rede pública tem uma grande rede própria ... de hospitais públicos ...

·        ... os sem-fins lucrativos complementam esta rede pública “nos seus gaps” ...

·        ... e realizam partos a um custo muito interessante para as operadoras de planos de saúde, e para particulares.

Os números são mais do que claros em demonstrar a importância destes estabelecimentos para a saúde privada e pública no Brasil:

·        Estas instituições .... boa parte “mais que velhinhas” ... centenárias ... merecem respeito !

·        Neste ambiente complexo de evolução tecnológica, que é a área da saúde, especialmente em  procedimentos de alta complexidade, que exigem modernização constante ... grandes mudanças nos processos ... grande aporte de capacitação profissional ... as velhinhas sobrevivem;

·        Podem não ser o sonho de consumo de hotelaria da população leiga em qualidade assistencial ...

·        ... podem ser “abusadas” por alguns pilantras ...

·        ... mas uma grande parte delas já existe há muito mais tempo do que cada um de nós vai viver a vida inteira !!

·        Viram nossos pais e avós nascerem !!!

Sem apoio, ficam nas mãos de Deus !

 

 

Chego a me emocionar quando deparo com administradores de filantrópicas “fazendo vaquinha” com as empresas da sua cercania para reformar fachadas, ampliar, adquirir equipamentos:

·        Se uma coisa a experiência da minha vida profissional ensinou, por atuar profissionalmente e não por ouvir falar ...

·        ... é que, graças a Deus, temos muito mais diretores bem-intencionados nas filantrópicas do que pilantras !

Não dá para trabalhar de graça, mas faço “das tripas coração” na dedicação aos projetos que envolvem instituições sem fins lucrativos ... Santas Casas, Beneficências ... Fundações ...

·        Já me deparei com pilantras ... “é revoltante” !

·        Mas me deparei com cem vezes mais dirigentes que entendem a missão da instituição ... o seu papel ... e agem o mais próximo possível do que conhecem da licitude, dentro de “legislações paradoxais” ... graças a Deus !

Não dá para trabalhar de graça, mas dá para ajudar de outra forma ... todos deveriam reservar um pouco do seu tempo para isso:

·        Já há alguns anos, por exemplo, ministro cursos gratuitos para funcionários de empresas sem fins lucrativos;

·        Não para aquelas que não têm a menor dificuldade de se sustentar ... vocês sabem ! ... têm algumas que a marca é tão grande que se sustentar é algo que não preocupa a diretoria ... e são isentas de tributos !!

·        Mas para aquelas em que a sustentabilidade é “matar um leão por dia” ... e a diretoria está disposta a continuar “na savana” para auxiliar a população que mais necessita !!!

O que está faltando ? ... duas coisas !

Primeiro as entidades formarem uma rede de colaboração:

·        Querer “fazer tudo” não tem mais espaço na área da saúde;

·        Se reunir uma vez por ano para trocar ideias ... se reunir em associações ... ajuda ... mas não resolve;

·        Devem se unir formando uma rede assistencial ... como as redes públicas de saúde ... como os serviços de rede própria de operadoras ... criando uma espécie de “CROSS” das Santas Casas ... “CROSS” das Beneficências ... trilhando toda a cadeia de valores para os pacientes, direcionando os procedimentos para os serviços que têm maior eficiência nisso ou naquilo;

·        Continuar cada uma delas agindo em “modo solo” não é o caminho ... isso é coisa do passado !

Segundo, o governo entender a importância delas e realmente ajudar:

·        Governo Federal, Estaduais, Distrital e Municipais ...

·        ... Executivo e Legislativo ...

·        ... definir uma linha de financiamento adequada;

·        Parar com esta história de obrigá-las a “ajoelhar no milho” esmolando emendas parlamentares para que “a autoridade” ganhe votos na próxima eleição;

·        Definir uma linha de financiamento para atendimento para o SUS que dê previsibilidade e sustentabilidade real ... não ficar “esculachando” as contas para depois “perdoar as dívidas” !

·        E ... Ministério Público e Judiciário ... inserir uma rotina de fiscalização ativa e permanente para que os pilantras não apareçam somente quando alguém denuncia ! ... atuar ativamente para estancar a sangria de recursos públicos que são aviltados em contratos com a iniciativa privada, que aproveita os incentivos fiscais para aumentarem seus lucros !!

Nós vamos passar ... boa parte delas vai ficar ... entidades sem fins lucrativos na área da saúde, especialmente as “velhinhas” merecem mais ajuda ... e muito mais respeito !

Consultoria  e  Coaching de Carreira  para gestores na área da saúde privada e pública  www.escepti.com.br

Cursos Profissionalizantes em Gestão da Saúde  para gestores da saúde privada e pública     www.cpgs.net.br

Jornada da Gestão em Saúde de cursos abertos e “in company”  www.jgs.net.br

Lista de milhares de profissionais certificados   www.escepti.com.br/certificados

Conteúdo especializado para gestores da área da saúde privada e pública  www.noticia.net.br

Geografia Econômica da Saúde no Brasil, e seminários temáticos  www.gesb.net.br

Modelos para gestão em saúde (livros gratuitos para download)  www.escepti.com.br

Contato  contato@escepti.com.br

 

Sobre o autor Enio Jorge Salu

CEO da Escepti Consultoria e Treinamento

Histórico Acadêmico

·  Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo

·  Pós-graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo

·  Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas

·  Professor em Turmas de Pós-graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta

·  Coordenador Adjunto do Curso de Pós-graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed

Histórico Profissional

·  Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas

·  Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

·  CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa

·  Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação

·  Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas

·  Associado NCMA – National Contract Management Association

·  Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

·  Autor de 12 livros pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e Edições Própria

·  Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado