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Evolução de leitos hospitalares é mais que fato, mesmo em HPPs

0411 – 23/03/2025

Ref.: Cursos Profissionalizantes em Gestão da Saúde, Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

Mesmo com dificuldades de financiamento, a evolução do segmento é mais que fato

 

(*) todos os gráficos e ilustrações são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil e do material didático do Programa Cursos Profissionalizantes em Gestão da Saúde, dos cursos da Jornada da Gestão em Saúde e da Escepti

O tempo vai passando e cada vez mais me encantando naquilo que “é a minha praia”: a gestão da saúde:

·         Primeiro porque não tenho ... nunca tive ... a menor vocação para a área assistencial, embora seja “fã de carteirinha” dos profissionais que atuam na assistência dos pacientes;

·         E segundo porque, tendo atuado em diversos segmentos de mercado, sou “testemunha ocular” que saúde é, sem a menor chance de contestação, a área mais complexa que existe quando o tema é gestão ...

·         ... e dentro dela, gestão hospitalar, ou administração hospitalar, é algo que “chega à beira da insanidade”.

Conheci e convivo com administradores hospitalares de complexos com mais de 500 ... 1.000 leitos ... não faço a menor ideia de como eles conseguem “sair de casa de manhã” com alguma motivação para lidar com uma diversidade gigante de assuntos:

·         Uma boa parte deles, senão a maioria, de importância insignificante, mas que o interlocutor acha que é ... se é que me entende;

·         E naturalmente, então, sem o tempo necessário ... que deveria dispor ... para tratar de assuntos realmente estratégicos e de suma importância;

·         É uma rotina de muita emoção !

E dentro deste cenário, o gráfico demonstra que, com toda a dificuldade que o financiamento público e privado impõe para a gestão da saúde, o segmento cresce ... e cresce muito.

O gráfico demonstra a evolução do volume de estabelecimentos com leitos no Brasil:

·         Nem todos se pode chamar de hospital;

·         Existem estabelecimentos de apenas 1 leito ... e não são poucos no Brasil, diga-se de passagem ... mas alguns poucos deles com todas as características de uma unidade hospitalar;

·         E existem estabelecimentos de mais de 10 leitos que não têm características de uma unidade hospitalar;

·         Existem “definições teóricas” para caracterizar um hospital, que nem sempre podem ser aplicadas a todos os serviços de saúde que possuem leitos, para diferenciar o que é um hospital, do que não é;

·         Para não entrar nesta discussão aqui, uma vez que o objetivo do texto é outro, vamos tratar de “estabelecimentos com leitos” ao invés de simplesmente hospitais.

Neste contexto, o gráfico demonstra que “pode bater no segmento da saúde” ... pode “espancar” o segmento com leis, normativas e resoluções absurdas ... que o segmento resiste  ... ofertando cada vez mais acesso a população, seja a pública, seja a privada:

·         A linha azul demonstra a evolução de estabelecimentos que ofertam leitos ao SUS, entre 2017 e 2024 ... e vemos que cresceu !

·         A linha laranja demonstra a evolução de estabelecimentos que ofertam leitos para a Saúde Suplementar no mesmo período ... e vemos que cresceu !

·         E a linha cinza demonstra a evolução de estabelecimentos que ofertam tanto leitos SUS como de saúde suplementar simultaneamente também no mesmo período ... e vemos que cresceu !!

Graças a Deus, com toda a adversidade que o SUS oferece na distribuição adequada de recursos para financiamento ... com toda a adversidade que a Saúde Suplementar cada vez “mais financista do que assistencialista” impõe ... a população vai tendo mais acesso aos serviços de saúde com leitos ao longo do tempo !!!

 

 

Este gráfico fantástico demonstra a evolução % de estabelecimentos ano a ano a partir de 2017:

·         As barras azuis demonstram que o total geral de estabelecimentos (com e sem leitos) crescia “algo em torno” de 6,5 % ao ano antes da pandemia ... quantos segmentos da economia crescia mais de 6,5 % ao ano antes da pandemia ?

·         Entre 2023 e 2024 cresceu nada menos que 9,4 % ... quais, ou qual outro segmento da economia cresceu 9,4 % entre 2023 e 2024 ?

·         Internação em estabelecimentos com leitos, hospitais ou não, é um segmento “frenético”, não só na complexidade da gestão, do que na expansão ... os números não deixam a menor dúvida quanto a isso.

Precisamos “desesperadamente” cada vez mais de administradores hospitalares ... mais e melhores, diga-se de passagem, porque não estamos falando de um produto supérfluo ... estamos falando de leitos ... coisa que quando “o cliente paciente” necessita “não é pra brincadeira não” !

 

 

E se “pegamos” a evolução desde 2019 ... do pré ao pós pandemia ... fica ainda mais evidente:

·         Sejam os estabelecimentos que atendem SUS, ou os quer atendem a saúde suplementar, ou ambos ...

·         ... o crescimento é de 12 % “pra cima”;

·         Entenda ... a população não cresceu 12 % entre 2019 e 2024 ... o crescimento da população foi “infinitamente” menor que isso;

·         O segmento da saúde está entregando proporcionalmente mais acesso.

Está aumentando a oferta no SUS, mesmo com toda a “ganância política” de empenhar recursos arrecadados pelos poderes públicos em outras atividades menos essenciais, que dão mais voto ... mesmo com todas as mazelas de má gestão da saúde que vemos na mídia, inclusive gestão hospitalar ... o acesso está aumentando para a população “SUS Dependente”.

Está aumentando a oferta na Saude Suplementar, mesmo com toda a ganância de algumas operadoras de planos de saúde cujo foco é administrar o preço das ações na bolsa, e não a oferta “de bolsa de sangue” para cirurgias.

A profissionalização da gestão da saúde vai aumentando, e o resultado (a oferta de acesso) naturalmente também !

 

 

Se tem alguém aí “dizendo que ele está falando dos estabelecimentos e não dos leitos” para contrapor “a comemoração da evolução” ...

·         ... pode “tirar o cavalinho da chuva, meu amigo” !

·         A evolução dos leitos, que vou deixar para comentar em outros posts, é incontestável.

Só como “aperitivo”, o gráfico demonstra a evolução do volume de leitos entre 2019 e 2024:

·         Cresceu no geral, de ~556 mil para ~633 mil ... 77 mil novos leitos ... absolutamente fantástico;

·         Cresceu na saúde suplementar, de 200 para 228 mil ... quase 30 mil novos leitos ... considerando uma “população” de 50 milhões de beneficiários, que quase não cresceu, “algo gigante”;

·         E cresceu no SUS, de 355 para 405 mil leitos ... 50 mil leitos .., nada menos que um crescimento de 14 % no período ... qual foi o crescimento da população SUS dependente no período mesmo ? ... chegou perto de 14 % ?? ... é claro que “nem cheiro disso”, não é mesmo ???

 

 

Se tem gente que pensa que isso ocorreu em grandes hospitais, com os HPPs (hospitais de pequeno porte) “falecendo” ...

·         ... também pode tirar o cavalinho da chuva;

·         As linhas azuis do gráfico demonstram a evolução dos estabelecimentos com 11 a 50 leitos entre 2017 e 2024 ... cresceram;

·         E as linhas laranjas demonstram a evolução dos estabelecimentos com 51 a 100 leitos ... cresceram também.

Não foram crescimentos tão significativos, mas não se pode dizer que a tendência é de desaparecimento dos HPPs, muito pelo contrário, pelo menos os números sinalizam o contrário.

A verdade é que existem cenários em que um HPP é infinitamente melhor do que hospitais de maior porte para a situação !

Um dos parâmetros fundamentais para isso é o quanto a ociosidade pode multiplicar o custo geral do hospital ... pouca gente entende isso:

·         Na maioria absoluta das empresas 5 % de ociosidade deve necessariamente corresponder a algo perto de 5 % do custo ... um pouco mais ... um pouco memos;

·         Em hospitais isso está longe de ser regra ... de ser verdade absoluta;

·         Dependendo das especialidades ... dependendo da geografia econômica da saúde na região em que o hospital se insere ...

·         ... 5 % de ociosidade pode significar 5, 10, 15, 20, 25 ... 50 % da rentabilidade;

·         ... e 50 % de ociosidade pode significar 50, 25, 20 ... 10 % da rentabilidade.

Basta pensar se o hospital é um serviço cujo objetivo social é gerar lucro (quando não se vincula a uma fonte pagadora), ou se é reduzir custo (quando se vincula a uma fonte pagadora) para ter um parâmetro bem importante nesta definição.

Havia uma propaganda antiga (velho gosta de contar história) que dizia:

·         Tostines vende mais por que é fresquinho, ou é fresquinho por que vende mais ?

·         Então ... a gestão da saúde melhora e assim melhora a gestão hospitalar, ou a gestão hospitalar melhora e assim melhora a gestão da saúde ?

O fato é que o biscoito era o mais vendido ... e que a gestão da saúde e a gestão hospitalar estão evoluindo, não é verdade ?

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Sobre o autor Enio Jorge Salu

CEO da Escepti Consultoria e Treinamento

Histórico Acadêmico

·  Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo

·  Pós-graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo

·  Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas

·  Professor em Turmas de Pós-graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta

·  Coordenador Adjunto do Curso de Pós-graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed

Histórico Profissional

·  Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas

·  Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

·  CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa

·  Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação

·  Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas

·  Associado NCMA – National Contract Management Association

·  Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

·  Autor de 12 livros pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e Edições Próprias

·  Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado