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Maiores operadoras de planos de saúde na saúde suplementar do Brasil

0412 – 30/03/2025

Ref.: Cursos Profissionalizantes em Gestão da Saúde, Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

Muita gente se surpreende ao se deparar com os rankings das líderes !

 

(*) todos os gráficos e ilustrações são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil e do material didático do Programa Cursos Profissionalizantes em Gestão da Saúde, dos cursos da Jornada da Gestão em Saúde e da Escepti

Se perguntar para quase 100 % dos profissionais que atuam na saúde suplementar quais as 10 maiores operadoras de planos de saúde do Brasil, a resposta não será correspondente a realidade !

Olhando este ranking já é possível entender a razão:

·         Primeiro porque ele contempla beneficiários de planos de assistência médica e odontológica, com beneficiários de planos de assistência exclusivamente odontológica;

·         Se somarmos todos os beneficiários das operadoras do ranking vamos chegar em mais de 86 milhões de beneficiários e não ~52 milhões de beneficiários de planos de assistência médica.

Parte dos beneficiários estão tanto em assistência médica como em odontológica, parte somente em assistência médica, e parte somente em assistência odontológica, o que naturalmente nos leva a entender que o número de pessoas que tem plano de saúde no Brasil está entre 52 milhões e 86 milhões ... um mercado com tantos clientes, é sem dúvida alguma, um mercado fantástico !

A maioria das pessoas sempre pensa em operadoras de planos de saúde relacionadas a assistência médica, e não a assistência odontológica.

Neste ranking, apenas “o conglomerado” Notredame-Hapvida consegue superar a Odontoprev em volume de beneficiários !

Odontoprev é uma gigante e pouca gente se lembra dela quando falamos de operadoras de planos de saúde !!

 

 

Se pegarmos apenas os beneficiários de planos de assistência médica o ranking se modifica, com algumas operadoras alternando posições em relação ao ranking anterior, e provavelmente surpreendendo porque “a distância” em volume de beneficiários entre as primeiras do ranking é grande, mas não tão grande como no primeiro ranking.

Vamos lembrar:

·         A regulação da ANS permite que operadoras de planos de saúde comercializem planos de assistência médica, mas não o inverso;

·         Isso se configura em uma “concorrência desleal” para as operadoras que vendem planos exclusivamente odontológicos.

Então quando construímos um ranking apenas com beneficiários de planos de assistência médica o perfil em relação ao ranking que considera todos os beneficiários muda completamente !

 

 

Este “lapso” da regulação da ANS produz uma surpresa ainda maior em quem não é do ramo quando construímos um ranking com os beneficiários de planos odontológicos:

·         Que “são clientes” tanto de operadoras de assistência médica, como de operadoras de assistência exclusivamente odontológica;

·         E entre as 20 maiores, aparecem 8 que não são exclusivas de assistência odontológica ... e muito bem classificadas, é bom observar ! ... fruto desta “concorrência desleal” que a regulação permite ... podemos chamar pejorativamente de desleal, mas não tem absolutamente nada de ilegal, imoral ou antiético ... é totalmente permitida pela lei !

Operadoras exclusivamente de assistência odontológica sofreram “um grande golpe” quando as de assistência médica investiram “sem dó” no seu mercado.

E observando o ranking dá para ver que “as mais maiores” da assistência médica foram as que mais “roubaram” os clientes das exclusivamente de assistência odontológica.

Mas a questão é: dá para classificar as maiores operadoras exclusivamente pelo seu número de beneficiários ?

Quando perguntamos quais as maiores empresas do Brasil ? ... em todos os segmentos de mercado !

Se voce pensar em número de funcionários vai construir um ranking:

·         Mas isso significa que estas são as maiores empresas ?

·         Existem “atividades” econômicas que empregam muito ... área hospitalar por exemplo ... mas que não são empresas gigantes proporcionalmente ao seu número de funcionários em relação a outras que faturam muito mais e não empregam quase ninguém !

·         Agronegócio, por exemplo, emprega muito pouco comparado com a área da saúde, e fatura muito mais !! Uma cooperativa agrícola da Região Sul é “anos-luz maior empresa” do que um hospital !!

Se voce pensar em faturamento, vai construir outro ranking:

·         Mas isso significa que estas são as maiores empresas ?

·         Existem atividades que faturam muito em empresas que não representam as maiores se observarmos a que tipo de movimentação financeira elas se inserem;

·         As “tradings” por exemplo, movimentam “uma fortuna” de dinheiro que não é delas ... empregam “quase ninguém” ... e não tem rentabilidade proporcional ao movimento financeiro, como tem outras empresas, inclusive do segmento do comércio em geral !

Se voce pensar então em rentabilidade (lucro) o ranking é completamente diferente:

·         Tem empresas que não empregam quase nada, e lucram muito mais do que empresas que movimentam mais dinheiro do que elas;

·         Tecnologia, de modo geral, fatura menos que agronegócio, emprega menos que saúde, mas proporcionalmente tem rentabilidade maior !

Então, para analisar dentro de um segmento ... o segmento das operadoras de planos de saúde ... não é aconselhável classificar as maiores operadoras de planos de saúde apenas levando-se em conta o parâmetro número de beneficiários.

Temos que analisar o contexto destes rankings em conjunto com outros rankings que levam em conta outros parâmetros.

Os números demonstram isso claramente ...

 

 

Um deles é o “faturamento” ... o faturamento de uma operadora é o quanto ela arrecada de contraprestação dos beneficiários dos planos.

O ranking muda novamente em relação aos anteriores:

·         A líder deste ranking não tem mais beneficiários que os concorrentes, mas vende um produto diferente ... livre escolha, abrangência nacional, etc ... que naturalmente é mais caro !

·         O fato de vender um produto de maior abrangência e mais caro não significa que consequentemente ela vai ter uma rentabilidade maior.

A rentabilidade vai depender da forma como gere seu produto, seus clientes, seus fornecedores ...

 

 

... e fazendo o ranking por rentabilidade ... “lá vem mudança de novo”:

·         Observamos que no ranking anterior (o de faturamento) não aparecia operadora de planos exclusivamente odontológicos, não é verdade ?

·         ... mas neste aparece ... e muito bem-posicionada, vale ressaltar !

E não desapercebidamente, surge no ranking uma administradora de benefícios !! ...

·         ... gigante !!!

·         Que (é claro) não tem beneficiários, e portanto não poderia estar naqueles rankings de beneficiários !!!

·         Mas é uma das gigantes do segmento !!!!

A verdade é que este mercado é extremamente complexo de ser analisado.

Sempre peço a Deus que conduza a gestão da saúde suplementar de forma que consigamos formar o maior número possível de gestores com competência para entender o mercado ... porque, vamos combinar, nenhum dos rankings trata de pequenos números: milhões de beneficiários, bilhões de reais ... para lidarmos com um produto essencial para a população: saúde !

Infelizmente ainda lidamos na prática com pessoas muito despreparadas no ambiente de gestão da saúde suplementar:

·         Gente que acha isso ... gente que acha aquilo ...

·         Ações e decisões tomadas sem considerar os números e a razão ... de forma subjetiva baseada em opiniões ... uma pena !

Precisamos formar mais gestores que entendam mais sobre estes rankings do que a superficialidade que tratamos aqui neste texto !! ... por trás deste texto tem um mundo de parâmetros ... tipos de mantenedoras, segmento de mercado, naturezas jurídicas, e a geografia econômica da região em que atuam.

Fale bem ou mal da saúde suplementar ... e tem muita coisa pra gente falar mal, é bom que se diga ... quanto mais a gente atua no segmento, mais se encanta com ele !

Consultoria  e  Coaching de Carreira  para gestores na área da saúde privada e pública  www.escepti.com.br

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Contato  contato@escepti.com.br

 

Sobre o autor Enio Jorge Salu

CEO da Escepti Consultoria e Treinamento

Histórico Acadêmico

·  Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo

·  Pós-graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo

·  Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas

·  Professor em Turmas de Pós-graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta

·  Coordenador Adjunto do Curso de Pós-graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed

Histórico Profissional

·  Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas

·  Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

·  CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa

·  Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação

·  Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas

·  Associado NCMA – National Contract Management Association

·  Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

·  Autor de 12 livros pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e Edições Próprias

·  Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado