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Pós pandemia efetivou a mudança na relação entre leitos e salas na saúde

0422 – 19/06/2025

Ref.: Cursos Profissionalizantes em Gestão da Saúde, Geografia Econômica da Saúde no Brasil e Jornada da Gestão em Saúde no Brasil

Maior oferta de leitos de UTI influenciou elevação de disponibilidade de salas para procedimentos

 

Gráfico, Gráfico de barras, Gráfico de cascata

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.

(*) todos os gráficos e ilustrações são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil e do material didático do Programa Cursos Profissionalizantes em Gestão da Saúde, dos cursos da Jornada da Gestão em Saúde e da Escepti

A pandemia foi algo horrível:

·         É “impensável” que passamos por momentos em que registramos mais de 4.000 óbitos por dia, e com um sistema de notificação absolutamente falho e tendencioso para determinados interesses, sabendo que o número de óbitos foi muito maior que este;

·         É impensável saber que muitas pessoas que detinham estes interesses como mantras e prejudicaram o combate ao vírus não sofreram qualquer tipo de punição ... este é o Brasil que vivemos !

·         A pandemia passou ... graças a Deus ... e tomara Deus que um próximo episódio como este, se houver, esteja em um futuro muito distante onde a gestão da saúde esteja menos dependente da política do que “esta era” que vivemos !!

Mas, por incrível que possa parecer, a pandemia nos trouxe alguns “efeitos colaterais que qualquer doente gostaria de ter”:

·         Um deles é que, ao necessitarmos de mais leitos de UTI para combater COVID-19, equipamos a área da saúde com um contingente de leitos que ficou;

·         A montagem dos leitos para a pandemia não foi totalmente “desmontada” no pós pandemia;

·         E isso possibilitou o aumento de salas cirúrgicas ... para quem não tem conhecimento sobre o tema, vale a pena discorrer para entendimento.

O gráfico da esquerda demonstra a evolução do total de salas utilizadas na área da saúde em 7 anos ... mais de 50 % ... temos na área da saúde uma infinidade de tipos de salas ... ilustrando apenas alguns das dezenas que existem:

·         De Atendimento Pediátrico, Feminino, Masculino ...

·         De Repouso/Observação Pediátrica, Feminino, Masculino ...

·         De Odontologia

·         De Higienização

·         De Gesso

·         De Curativo

·         Para Pequena Cirurgia

·         De Enfermagem (Serviços)

·         De Imunização

·         De Nebulização

·         De Cirurgia Ambulatorial

·         De Cirurgia

·         De Recuperação

...

No gráfico da direita e evolução dos tipos de salas mais nobres (mais caras ... de maior custo):

·         Aumento de ~18,5 %;

·         E para salas deste tipo, que envolvem o “núcleo duro” de todo custo da área da saúde ...

·         ... e que se trata de uma ferramenta de altíssima produtividade, no sentido de que é muito difícil “ocupar” de forma eficiente uma sala de cirurgia totalmente ... sem deixar ociosidade ...

·         ... 18,5 % é um aumento mais do que significativo !

 É difícil para a maioria das pessoas o entendimento disso:

·         A quase totalidade das salas cirúrgicas e de parto que existem tem uma ociosidade elevadíssima;

·         Se faltar leito para internação ... vai sobrar tempo ocioso na sala cirúrgica;

·         Se faltar leito de retaguarda de UTI para realizar cirurgias ... vai sobrar tempo ocioso na sala cirúrgica;

·         Se faltar profissional para realização de cirurgias eletivas ... vai sobrar tempo ocioso nas salas.

Em resumo, a realização de uma cirurgia exige toda uma infraestrutura necessária para o pré e pós-operatório:

·         Se não temos nos sistemas de financiamento dimensionamento preciso desta infraestrutura ...

·         ... e não temos ... acho que não preciso explicar isso, uma vez que temos filas enormes no SUS e muita reclamação na saúde suplementar ...

·         ... temos ociosidade em salas cirúrgicas.

Se mesmo assim o número de salas cresceu mais de 18 %, é porque o crescimento foi mais do que significativo !!

 

 

O gráfico demonstra o aumento de todos os tipos de salas cirúrgicas:

·         Inclusive salas de parto normal, que não são salas cirúrgicas;

·         O parto tipo cesariana ocorre em sala cirúrgica, o normal não ...

·         ... na verdade não deveria ... se não temos salas de parto normal este tipo de parto ocorre em centro cirúrgico, e isso não é adequado, não é verdade ?

 

 

Mas este crescimento de salas cirúrgicas só foi possível, e o gráfico demonstra que ele acentuou mais, devido à disponibilidade de leitos de UTI:

·         Nem todo o paciente que se submete a cirurgia vai passar pela UTI;

·         Mas o protocolo para realização de uma infinidade de cirurgias define que a cirurgia só seja realizada se, por segurança, existir leito de UTI para retaguarda;

·         Isso ocorre em diversas especialidades;

·         Algumas cirurgias ortopédicas, por exemplo, em que o paciente raramente passa pela UTI após o ato cirúrgico, só são agendadas se existir leito de UTI para o caso de evento adverso ... assim define o protocolo !

Então, o aumento de disponibilidade de leitos de UTI, que são os tipos de leito mais caros, possibilitou o aumento de salas cirúrgicas e de parto, que são as salas mais caras:

·         Possibilitando maior disponibilidade para a realização de cirurgias;

·         Possibilitando reduzir filas de cirurgias.

Alguém pode dizer: mas as filas ainda crescem !

·         É verdade !

·         Mas cresceriam ainda mais se a disponibilidade de sala não tivesse aumentado.

·         Irônico, sarcástico, de mau gosto ... mas real: se a pandemia tivesse ainda maior amplitude do que teve, amenizaríamos ainda mais o impacto negativo das filas para cirurgias no pós pandemia ! ...

·         ... triste realidade !

 

 

Mudou significativamente a relação número de leitos por sala cirúrgica:

·         Perceba que quando fazemos esta relação comparando leitos de UTI com o total de salas cirúrgicas, o aumento foi significativo entre o pré e o pós pandemia ... algo em torno de 33 %

·         E se alguém disser que o leito de UTI não é tão necessário para cirurgias de pequeno porte ... que deveríamos analisar a evolução da relação entre leitos de UTI e salas de cirurgia de grande porte ... os mesmos 33 % !

Em uma visão bem simplista (o estudo requer uma visão mais especializada) aumentamos em mais de 30 % a disponibilidade de leitos de UTI de retaguarda para realização das nossas cirurgias ... e isso é fantástico.

É meio “fúnebre” quando sabemos que isso só ocorreu às custas das mazelas que a pandemia impôs a população ... mas é um efeito colateral fantástico ... para ser comemorado !

 

 

Se a relação entre leitos e salas não convence “quem não é muito do ramo” como sendo uma coisa boa:

·         Quando fazemos a relação entre número de internações por leito, e número de internações por sala, como demonstram os gráficos, vemos que evoluiu;

·         Giramos mais pacientes por leito, e uma das razões indiscutíveis é que com mais salas para procedimentos o paciente demora menos no leito esperando sala para realização do procedimento ...

·         ... giramos mais pacientes por sala, e uma das razões indiscutíveis é que com mais leitos de retaguarda podemos planejar melhor os procedimentos, e realizá-los de forma mais eficiente.

É ou não é fantástico ?

 

 

O painel geral de evolução de leitos, de salas, de leitos por salas, de internações por sala, de internações por leito ...

·         ... como demonstram os gráficos ...

·         ... podemos comemorar, porque são indicadores que nos permitem concluir que a gestão da saúde, apesar da pandemia, e inclusive por influência dela, melhorou ... e melhorou bem ... muito bem ... é bom ressaltar !

·         Aumentamos em quase 50 % as internações na saúde suplementar entre o pré e o pós pandemia ... 21 % nas internações do SUS ...

·         O único aumento entre todos estes indicadores que podemos chamar de pífio foi o de número de salas de parto normal ... mas vamos lembrar que o número de partos tem caído ... as mulheres têm menos filhos do que tinham antes ... a população está envelhecendo ... seria surpresa se este indicador estivesse crescendo !

E está “refazendo os cálculos” de dimensionamento dos serviços de saúde, em especial dos hospitais.

Lembro que quando fiz minha pós em administração hospitalar na USP, meu mestre Gonzalo Vecina, nos obrigou a fazer um trabalho de dimensionamento de serviços de saúde na região de Londrina:

·         Na época ... faz tempo ... estou “bem velhinho” agora ... não tínhamos dados sobre números de leitos, internações, salas, e outros parâmetros fundamentais para fazer o trabalho como temos hoje ... hoje sobra informação;

·         Mas guardei com carinho o trabalho:

·         Olhando ele, se tivesse aplicado estes indicadores de hoje quando apresentamos o trabalho certamente ele teria dado nota zero;

·         Não porque nosso grupo tivesse errado nos cálculos ... mas porque os indicadores evoluíram tanto, que se apresentássemos naquela época estariam completamente errados !

E isso é algo que diferencia bastante o dimensionamento da saúde de várias outras áreas:

·         Quando atuava na engenharia, fazia cálculo de seção de cabos para determinada carga consumida ... da quantidade de luminárias necessárias para iluminar uma linha de produção ... da quantidade de hastes para construir uma malha de aterramento ...

·         Se fizer o cálculo hoje, a seção do cabo continua sendo a mesma ... a quantidade de luminárias com o mesmo tipo de lâmpada continua sendo a mesma ... a quantidade de hastes para a malha de aterramento continua a mesma ! ... se bobear o fator de segurança está mais brando e o dimensionamento é menor do que antes !!

·         Mas a relação entre salas e leitos ... entre doentes e leitos ... entre doentes e salas ... mudou completamente ! ... o dimensionamento deve ser muito maior !!!

·         Porque a corrente que passa pelo cabo para a mesma potência é a mesma ... os lúmens necessários para que as pessoas enxerguem são os mesmos ... a rede de aterramento necessária para dissipar a descarga de um raio é a mesma ...

·         ... mas o doente muda ... a doença muda ... a infraestrutura necessária para tratar a doença muda !!!!

Não canso de dizer ... isso é fantástico !!!!!

Isso é gestão da saúde ... a “ciência” que existe para tentar aumentar o acesso da população à saúde, “brigando” contra a escassez de recursos !

Consultoria  e  Coaching de Carreira  para gestores na área da saúde privada e pública  www.escepti.com.br

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Contato  contato@escepti.com.br

 

Sobre o autor Enio Jorge Salu

CEO da Escepti Consultoria e Treinamento

Histórico Acadêmico

·  Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo

·  Pós-graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo

·  Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas

·  Professor em Turmas de Pós-graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta

·  Coordenador Adjunto do Curso de Pós-graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed

Histórico Profissional

·  Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas

·  Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

·  CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa

·  Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação

·  Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas

·  Associado NCMA – National Contract Management Association

·  Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

·  Autor de 12 livros pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e Edições Próprias

·  Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado